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A guerra fria entre Rodrigo Pacheco e Alexandre Silveira

Aliados notórios, os dois mineiros travam uma batalha por espaço político e até nas indicações de agências reguladoras

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 28 set 2024, 20h43

Com o fim do mandato na Presidência do Senado em fevereiro do próximo ano, o futuro de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) vem sendo discutido com atenção nos gabinetes do Congresso e do Planalto. As mais diversas possibilidades estão na mesa. Ao voltar à função de mais um entre os 81 senadores, Pacheco poderia assumir a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais prestigiada da Casa, numa costura que deve ser feita com o seu sucessor na cadeira. Outra opção seria o senador ganhar um ministério no governo Lula – um aceno e tanto para o parlamentar, e, como dizem seus aliados no estado, uma “correção histórica” na Esplanada, que tem apenas dois ministros mineiros.

Uma terceira alternativa seria Pacheco voltar às origens como jurista e ser indicado para uma algum tribunal superior, como o Tribunal de Contas da União (TCU) e o Supremo Tribunal Federal (STF). Há, ainda, as possibilidades de Pacheco tentar a reeleição como senador ou ainda dar um salto mais alto na sua carreira política e arriscar uma candidatura ao governo de Minas Gerais em 2026 – e é aí onde está o imbróglio.

Sem alarde, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD-MG), apesar de notórios aliados, começaram a travar nos bastidores uma disputa que pode respingar nas próximas eleições. Apesar de não admitirem publicamente, os dois já fazem contas para disputar o governo de Minas Gerais, numa costura que inevitavelmente deixará alguém pelo caminho.

Queda de braço

Do lado de Silveira, seu entorno mais próximo afirma que o presidente do Senado é muito “apegado” à política e reconhece que ele tem voos mais altos. O problema, afirmam, é que Pacheco não tem “couro grosso” e sequer “pode entrar sozinho num elevador” quando está em Minas Gerais, fazendo referência à alta rejeição do senador no estado.

Na função de comando, o senador mineiro, eleito em 2018 contra a ex-presidente Dilma Rousseff, se afastou da direita, fincou os pés contra qualquer investida do ex-presidente Jair Bolsonaro que atingisse o STF e se colocou como um bastião em defesa da democracia, o que irritou o eleitorado mais conservador.

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Apesar de ser ministro de Lula, Silveira, afirmam ser aliados, não enfrenta esse tipo de problema: frequenta estádios, autódromos e sai às ruas sem nenhuma importunação – numa clara provocação ao outro mineiro.

Já do lado de Pacheco, o seu entorno afirma que o futuro será discutido somente ao fim do mandato à frente do Senado, e que a decisão não será determinada por Silveira. Além disso, ressalta-se que o senador está “melhor posicionado” na fila, já que o presidente Lula já afirmou publicamente que apoiaria uma candidatura do parlamentar ao governo de Minas.

Para completar a intriga, correm especulações de que Pacheco poderia substituir Silveira no Ministério de Minas Energia – o que é negado por ambas as partes.

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Indicação nas agências

Outra queda de braço envolvendo Pacheco e Silveira envolve a nomeação de diretores para agências reguladoras.

Recentemente, o presidente do Senado travou uma indicação feita pelo ministro para a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) – cabe à Casa sabatinar e chancelar os nomes apresentados pelo governo. Silveira, claro, não gostou nada disso.

Por outro lado, senadores argumentam que há um combinado “histórico” de que as indicações serão divididas entre o Congresso e o Planalto – com maior parcela, claro, para o Senado. Conforme afirmam, o governo quer aumentar a sua ingerência e passar a deter ao menos 50% das indicações. Os congressistas resistem a ceder mais espaço.

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