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A falácia do ‘efeito teflon’ de Bolsonaro no segundo turno

Tracking mostra que presidente sentiu impacto do caso das jovens venezuelanas

Por Ricardo Ferraz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 18 out 2022, 17h50 - Publicado em 18 out 2022, 16h24

Desde que a pesquisa Ipec saiu nesta segunda-feira, sem alterações drásticas nas intenções de voto, tem circulado nas redes sociais a ideia de que Jair Bolsonaro (PL) estaria imune a escândalos. O fenômeno, batizado de ‘efeito Teflon’ no meio político, sugere que nenhum fato de repercussão negativa seria capaz de aderir ao candidato, tamanho prestígio que ele mantém junto ao eleitorado. Dizia-se o mesmo em relação a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ao final de seus dois mandatos como presidente.

A sondagem, divulgada na segunda-feira, trouxe oscilações dentro da margem de erro com presidente crescendo de 42% para 43%, enquanto seu adversário caiu um ponto percentual, indo de 51% para 50% das intenções de voto. O campo da pesquisa ocorreu ao mesmo tempo em que a campanha do atual mandatário atravessa um momento delicado, em que se vê obrigado a lidar com declarações desastrosas envolvendo jovens venezuelanas.

Em duas entrevistas, o presidente narrou uma história estranha, em que diz que entrou em um local onde ocorreria exploração sexual infantil. Os fatos revelam, porém, que tratava-se de um projeto social de Brasília. Em suas falas, Bolsonaro chegou a classificar as meninas como prostitutas e, numa delas, disse que “pintou um clima” ao passar pela porta do local. A declaração foi explorada pela campanha petista nas redes sociais como um caso de pedofilia.

O resultado da pesquisa Ipec sugere que nada disso foi suficiente para afetar o comportamento do eleitorado em relação à candidatura do presidente. A rejeição de Bolsonaro, por exemplo, oscilou ligeiramente no sentido contrário, caindo de 48% para 46%.

O levantamento, contudo, aponta para a direção oposta da observada por um dos trackings – pesquisa que não pode ser publicada porque não ser registrada no TSE – mais utilizados pelo mercado financeiro para acompanhar o movimento do eleitorado diariamente. Os números demonstravam, ao longo da semana, que Bolsonaro estava encostando em Lula nas intenções de voto. O caso reverteu completamente a curva. A diferença que chegou a ser de 4% voltou para o patamar de 10% e atualmente está nos 7% observados pelo Ipec.

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Não à toa, Bolsonaro fez uma live, a uma hora da manhã de domingo, para reverter o quadro e, nesta terça-feira, numa atitude raríssima, gravou um vídeo em que pede perdão às jovens. O episódio praticamente obrigou o presidente a tomar medidas preventivas em cascata: primeiro, precisou dizer, durante o debate da Band, que não é pedófilo. Em seguida, passou a se justificar pelo fato de não ter tomado uma atitude ao entrar em contato com um caso que julgava ser de exploração sexual de menores, escalando a ex-ministra dos Direitos Humanos, Damares Alves, e a esposa Michele para se encontrarem com a direção do projeto social. Por fim, pediu perdão.

Nessas, perdeu cinco dias de campanha se justificando. O caso das venezuelanas é o maior acontecimento político do segundo turno. Bolsonaro e Lula sabem disso. Um fará de tudo para que ele seja enterrado. O outro não poupará esforços para que ele sobreviva até o dia 30.

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