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A encrenca entre Bolsonaro e Marçal é mais profunda do que a eleição em São Paulo

Pesquisa feita na manifestação do dia 7 de Setembro revela que ex-coach ganha força entre bolsonaristas

Por Ricardo Ferraz Atualizado em 10 set 2024, 10h45 - Publicado em 9 set 2024, 13h53

A aparição de Pablo Marçal no ato de 7 de Setembro, na Avenida Paulista, no momento em que Jair Bolsonaro encerrava seu discurso, aprofundou o descontentamento do ex-presidente da República com o candidato do PRTB à prefeitura de São Paulo. Efusivo, o ex-coach confraternizou com apoiadores da direita e chegou a subir no gradil para saudar o público.

Além de criar uma saia justa com o candidato oficial do bolsonarismo, Ricardo Nunes (MDB), que estava em cima do carro de som, mas manteve postura discreta, o episódio desagradou o principal líder político da direita, que não gostou nada de ter a atenção dividida no momento em que finalizava sua fala e esperava um desfecho sem nenhum desvio de atenção do público. Com maciça presença nas redes, o candidato divulgou vídeos dizendo que havia sido barrado ao tentar subir no caminhão reservado às principais autoridades.

Na transmissão exclusiva de VEJA, Bolsonaro desconversou quando perguntado sobre a presença de Marçal. Disse apenas que “convidou todos os candidatos a prefeito” a subir no trio. Silas Malafaia, organizador do evento. contudo, foi mais incisivo. Em vídeo divulgado nesta segunda-feira, o pastor, que durante seu discurso fez duras críticas a Alexandre de Moraes, dizendo inclusive que ele deveria ser preso, questionou por que o candidato se recusa a manter a mesma postura em relação ao ministro do STF.

“Por que ele não usou sua força nas redes para convocar o povo para o 7 de Setembro?”, indagou Malafaia. A resposta veio em seguida: “Porque ele sabia que nós íamos pedir o impeachment de Alexandre de Moraes. Ou ele tem acordo, ou tem medo. Por isso ficou calado”.

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Além do vídeo de Malafaia, diversas outras peças passaram a circular por grupos de WhatsApp da direita em que se questionam as intenções do candidato. Alguns são claramente destinados aos eleitores evangélicos. Um deles traz uma fala de Marçal em que ele insinua ser maior do que o personagem bíblico Rei Salomão. “Ele escreveu três livros só, eu escrevi 45”, afirma. Em outro trecho, conta que sempre faz uma “oração salomônica” cada vez que decola em seu avião particular: “Nem Salomão, em toda sua glória, voou num jato”. Outros vídeos afirmam que o ex-coach é um falso profeta.

Pesquisa no 7 de Setembro

A briga, no entanto, vai muito além da disputa à prefeitura paulistana. Com o ex-presidente inelegível até 2030, a vaga de postulante à presidência da República em 2026 segue em aberto. Causaram incômodo no entorno de Bolsonaro faixas e cartazes de apoio a Marçal, pessoas “fazendo o M” (colocando três dedos das mão para baixo) durante a transmissão oficial e até a venda de souvenirs, como réplicas do boné que o candidato costuma usar, com um “M” na testa.

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O Monitor do Debate Político no Meio Digital, da USP, esteve presente na manifestação do Dia da Independência e entrevistou 582 pessoas, medindo, entre outras coisas, a influência de Pablo Marçal entre a base bolsonarista. Aproximadamente 75% dos entrevistados acreditam que o ex-coach se identifica mais com Jair Bolsonaro. Só 8% afirmam o mesmo em relação a Ricardo Nunes. 

Mas o dado mais preocupante para o ex-presidente é relativo às eleições de 2026. Diante da pergunta “se Bolsonaro não puder ser candidato, qual dos nomes é o melhor para concorrer à presidência da República?”, 50% responderam que o melhor seria o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas; 19%, a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro; e 14% Pablo Marçal. Na rabeira, está o governador de Minas Gerais, Romeu Zema.

Nos levantamentos anteriores, o nome do influencer não figurava entre os favoritos. No dia 21 de abril, na Praia de Copacabana, no Rio, 54% disseram Tarcísio, e 23%, Michele. Em 25 de fevereiro, também na Paulista, 61% alegaram preferir Tarcísio, e 19%, Michele.

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