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A dobradinha do casal Moro no Congresso

Moro quer parceria com o gabinete da esposa, a advogada Rosangela Moro, encaminhar pautas como combate à corrupção e defesa de pessoas com deficiência

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 8 out 2022, 17h13

Eleito senador contra o prognóstico das principais pesquisas de intenção de votos, o ex-juiz Sergio Moro tem planos para montar uma espécie de gabinete compartilhado com a esposa, a advogada Rosangela Moro, a 18ª deputada federal mais votada por São Paulo, para gerir o dia a dia dos dois mandatos no Congresso Nacional. A ideia é que o gabinete de Rosangela seja integrado com o de Moro, no Senado, e dele partam as estratégias de defesa de projetos caros ao casal, como a retomada da execução da prisão após segunda instância e a tentativa de derrubada do foro privilegiado para parlamentares.

Idealmente, ambos desejam encampar projetos ligados ao combate à corrupção e à defesa de pessoas com deficiência, área de atuação de que Rosangela é referência. Se viabilizado, o projeto repete uma prática já adotada, por exemplo, por Jair Bolsonaro e Eduardo, o filho Zero Três, quando ambos eram deputados federais e atuavam em conjunto na defesa de projetos voltados a demandas militares. “Minhas bandeiras históricas serão resgatadas: combate à corrupção e segurança pública, mas também me dedicarei às pautas econômicas e sociais. Entre as propostas anticorrupção, execução da condenação em segunda instância, fim do foro privilegiado, autonomia da Polícia Federal, programas whistleblowers e reforma da Justiça”, disse Moro a VEJA.

Projeto 2026 – Sergio Moro fez o primeiro grande movimento político de sua nova carreira como senador eleito pelo Paraná ao anunciar que, dentro de três semanas, sufragará o nome de Bolsonaro na disputa pelo segundo turno. Contraditória com a posição de quem deixou o governo no início de 2020 com duras acusações contra o ex-chefe, a quem atribuía tentativas de interferir ilegalmente na Polícia Federal, a rápida conversão do discurso do ex-juiz ao pragmatismo não é exatamente uma surpresa para quem espalhou santinhos com sua imagem ao lado do presidente da República e disse que o “inimigo em comum” a ser batido era o ex-presidente Lula (PT), mas embute um cálculo eleitoral pessoal.

Inexperiente na política e estreante em um Congresso refratário à Lava-Jato, para além da parceria com a esposa, Moro conta com uma eventual reeleição de Bolsonaro para se manter em relativa relevância no Senado e tentar se cacifar no espectro da centro-direita como candidato à Presidência da República em 2026. O enredo é conhecido: como juiz da Operação Lava-Jato, o então magistrado mandou para atrás das grades pelo menos 170 empresários e políticos, incluindo o ex-presidente Lula, às vésperas do primeiro turno de 2018 abandonou 22 anos de magistratura para se tornar ministro da Justiça e Segurança Pública de Bolsonaro e deixou o governo acusando o presidente de tentar interferir em investigações que poderiam alvejar seus filhos encrencados com a Justiça.

As suspeitas de aparelhamento da PF, das quais dizia ter provas, não deram em nada, Moro viu os dois partidos a que se filiou criarem todo tipo de empecilho para impedi-lo de se candidatar à Presidência e, escanteado, sobrou-lhe uma candidatura ao Senado pelo Paraná. Depois de acenos ao eleitor bolsonarista, que no estado deu mais de 55% dos votos ao ex-capitão, driblou os prognósticos que davam vitória ao experiente Alvaro Dias (Podemos) e acabou eleito com mais de 1,9 milhão de votos.

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