As investigações do caso Marielle e a reação do presidente Bolsonaro
Thomas Traumann analisa o envolvimento do nome do presidente na investigação do assassinato da vereadora no Rio de Janeiro
![O presidente Jair Bolsonaro e a vereadora Marielle Franco](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2019/10/brasil-politica-jair-bolsonaro-20190528-004-copy-2.jpg?quality=90&strip=info&w=900&h=600&crop=1)
No Brasil existe tudo, menos tédio. Reportagem da TV Globo exibida nesta terça-feira, 29, citou o nome de Jair Bolsonaro na investigação do caso Marielle Franco. De acordo com a matéria, a Polícia Civil do Rio de Janeiro teve acesso ao caderno de visitas do condomínio Vivendas da Barra, na Zona Oeste do Rio, onde têm casa o presidente e o ex-policial militar Ronnie Lessa, acusado da morte da vereadora do PSOL. Conforme as informações divulgadas pelo JN, no dia 14 de março de 2018, horas antes do crime, o ex-PM Élcio de Queiroz, outro suspeito, teria anunciado ao porteiro do condomínio que iria visitar Jair Bolsonaro e acabou indo até a casa de Lessa.
Bolsonaro estava em Brasília no dia 14 de março de 2018 e registrou presença em duas sessões na Câmara, onde exercia o mandato de deputado federal, versão também mostrada pela reportagem.
A procuradora do Ministério Público Simone Sibilio, chefe do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), confirmou que o porteiro que envolveu o nome do presidente Jair Bolsonaro na morte da vereadora Marielle Franco mentiu em depoimento à Polícia Civil.
Mas a reação do presidente da República foi assustadora. Revelou um desequilíbrio incompatível com o cargo que ocupa. O que Bolsonaro precisa fazer é parar de se jogar como uma vítima de conspirações que não existem e se preocupar com coisas mais importantes, como o desemprego e a falta de crescimento do país.