Marrocos assegurou a penúltima vaga às quartas de final da Copa do Mundo do Catar. A seleção africana superou a Espanha, no estádio Cidade da Educação, em confronto equilibrado e definido somente nos pênaltis – com atuação decisiva do goleiro marroquino Yassine Bono, responsável por defender três cobranças. O jogo terminou empatado sem gols após 130 minutos de disputa pelo tempo regulamentar, prorrogação e acréscimos.
Curiosamente, coube ao lateral-direito Achraf Hakimi a cobrança que confirmou o feito histórico de classificar o país pela primeira vez entre os oito melhores de um Mundial.
O jogador nasceu em Madri, capital espanhola, e foi formado pelo Real Madrid antes de ganhar projeção na carreira e chegar ao Paris Saint-Germain.
Com o resultado, os africanos enfrentam o vencedor de Portugal e Suíça, que se enfrentam ainda nesta terça-feira, 6, às 16h (de Brasília). A partida das quartas de final acontece no próximo sábado, 10, às 12h, no estádio Al Thumama.
Sem vencer desde que goleou a Costa Rica por 7 a 0, na primeira rodada da fase de grupos, a Espanha entrou em campo pressionada para encarar a melhor equipe do grupo F.
Mesmo assim, manteve o característico estilo de jogo: muitos passes, controle do meio-campo e a busca por espaços, com uma alta dose de paciência.
Enquanto isso, havia uma seleção marroquina preparada para roubar a bola e contra-atacar rápido, esperando utilizar os espaços deixados pelos espanhois.
O time treinado por Walid Regragui obteve mais sucesso no que se propôs a fazer e terminou a etapa inicial sem sofrer sequer um chute espanhol na direção do gol.
Para a segunda etapa, os treinadores voltaram da mesma maneira, sem alterações e o enredo não mudou. Ainda mais dominante no quesito posse de bola, a Espanha, que não incomodou muitas vezes o goleiro Yassine Bono, também manteve Marrocos longe de ataques rápidos por maior parte dos 45 minutos finais.
Luis Enrique, técnico da campeã mundial, tentou mudar a equipe e mandou a campo jogadores com características para preencher mais a área rival, como o atacante Álvaro Morata.
Do lado da equipe do norte da África, os jogadores que cumpriram à risca o papel tático passaram a sentir o efeito do cansaço físico, sem conseguir escapar em direção ao ataque. Ainda assim, o placar não foi alterado e a decisão precisou de prorrogação.
Os 30 minutos extras contaram com a tentativa espanhola de tentar romper o forte sistema armado por Marrocos. Para manter o time vívido, o treinador espanhol seguiu apostando na lógica dos jovens e mandou a campo, já na prorrogação, o atacante Ansu Fati, de 20 anos, e o lateral-esquerdo Alejandro Balde, de 19. Nem mesmo a jovialidade deu outra cara ao por vezes frio estilo de jogo da “Fúria”.
Como consequência de uma exposição cada vez maior da Espanha, a seleção de Marrocos chegou perto de abrir o placar ao fim do primeiro tempo da prorrogação, no lance mais perigoso de todo o jogo.
Em avanço rápido, a chance de abrir o placar ficou no pé esquerdo de Walid Cheddira, centroavante reserva dos marroquinos, que finalizou para boa defesa do goleiro Unai Simon.
No último lance, Pablo Sarabia finalizou de perna direita no cruzamento, de frente para o goleiro Bono, mas desperdiçou. Assim, a decisão foi para os pênaltis.
Com atuação histórica de Bono, melhor para os marroquinos. O céu é o limite, agora.