Santander lança fundos para brasileiros investirem no exterior
Produtos são voltados para o segmento de alta renda e têm como objetivo a diversificação de aplicações
O Santander Asset Management anunciou nesta terça-feira o lançamento de dois fundos que permitem que brasileiros invistam em ações no exterior. O FI Global Multimercado e o FI Diversificação Global Van Gogh Multimercado são voltados para clientes de alta renda que pretendem diversificar seus investimentos para além do mercado brasileiro. A expectativa do banco é que cada fundo atinja uma captação de 300 milhões de reais ainda no primeiro trimestre deste ano.
Os fundos, que abriram para captação na segunda-feira, têm uma participação de até 20% de ativos no exterior (o Van Gogh de até 15%). De acordo com o Santander Asset, os investimentos no mercado externo serão voltados para ações, visto que as bolsas de valores estrangeiras apresentaram um rendimento bastante maior do que a Bovespa em 2013. A gestora de ativos explicou ainda que a distribuição de ativos será feita em até 45% nos Estados Unidos, 30% na Europa e o porcentual restante será divido entre países asiáticos e os mercados emergentes.
De acordo com a diretora da Santander Asset Management, Luciane Ribeiro, a diversificação de riscos é uma boa opção em períodos de volatilidade, como é previsto para este ano. “Esses ativos (multimercados) têm se mostrado interessantes. Para um cenário de volatilidade, ele funciona melhor”, disse.
A executiva explicou que, enquanto o porcentual de investimentos no exterior estará voltado para o mercado de renda variável, as aplicações no mercado doméstico serão distribuídas entre renda fixa, ações e o mercado de câmbio.
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Para ambos os fundos, a aplicação inicial é de 10 mil reais. A taxa de administração para o Fundo Global Multimercado é de 1,8% e o do Van Gogh de 2%. A Santander Asset Management disse ainda já ter parcerias fechadas com gestores internacionais. A instituição possui atualmente 122 bilhões de reais sob gestão.
Expectativas para 2014 – A gestora de recursos prevê que este ano seja marcado por volatilidade nos mercados, por isso reforça que a diversificação deve garantir mais rendimentos aos investidores. Contudo, destaca que, pela primeira vez nos últimos anos, não existe uma previsão de turbulência iminente.
Para o economista do Santander Asset Ricardo Denadai, o ano será, “no mínimo, mais equilibrado”. Denadai destaca que os olhos estarão voltados para a recuperação dos Estados Unidos, que deve impactar em uma nova diminuição dos estímulos do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), caso os dados positivos se confirmem. Para a Europa, o analista vê um cenário de leve melhora, mas ainda existem desafios para que a região saia da estagnação econômica. Para a segunda maior economia do globo, a China, a estimativa é de crescimento de 7,2% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2014, e de uma média de 7% nos próximos anos.
Já para o mercado brasileiro, o cenário será de baixo crescimento e inflação elevada. “Prevemos uma expansão do PIB em 1,9% em 2014, e do IPCA em torno de 6%”, comentou Denadai. “Em 2014, nós teremos um crescimento moderado, mas com taxas positivas”, comenta. A instituição aposta ainda em um cenário com a taxa básica de juros em 10,5% ao ano e um câmbio médio de 2,42 reais ao longo deste ano.
(com Estadão Conteúdo)