Mercado não acredita em nova queda da Selic em 2012
Opinião de economistas ouvidos pelo BC vai na contramão do que diz ministro Mantega. Analistas também elevaram a expectativa para a inflação, para 5,35%
Analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Banco Central elevaram para 7,5% a projeção da taxa básica de juros, a Selic, neste ano. No levantamento anterior, a previsão era de 7,25%. Para 2013, a expectativa de juros permaneceu em 8,25%. Isso significa que o mercado não aguarda mais reduções da Selic neste ano, uma vez que em sua última reunião, a equipe já baixou a taxa para 7,5% a.a.
Na última sexta-feira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou, em Londres, que o Brasil “ainda tem espaço para redução” da taxa de juros. Falando a investidores durante a Cúpula de Mercados de Alto Crescimento, promovida pela revista The Economist, o ministro insistiu em que o governo continuará se utilizando de políticas monetárias para promover o crescimento.
“Podemos ter uma política monetária ativa. Isso faz sentido no Brasil, onde o crédito ainda é relativamente restrito”, disse. Ele também disse que poderá elevar os impostos sobre transações financeiras de curto prazo para conter a baixa do dólar e elevar a competitividade da indústria brasileira no exterior.
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Preços – Também foi ampliada pela 11ª semana seguida a expectativa para a inflação, de 5,26% para 5,35% e mantida a de 2013 em 5,5%, de acordo com pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira. Mantega também comentou semana passada que a inflação não vai subir no Brasil. Em evento em Paris (França) com autoridades econômicas francesas e empresários interessados em investir no país, ele destacou que o governo da presidente Dilma Rousseff “sempre terá um cuidado especial com este problema, que afeta consumidores, trabalhadores e empresários”, declarou Mantega.
Economia – Nesta semana, os economistas ouvidos pelo BC mantiveram inalterada a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país, em 1,57%, pela primeira vez após sete reduções consecutivas. Contudo, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia do PIB, subiu 0,42% em julho frente a junho, de acordo com dados dessazonalizados. Entre junho e julho, o IBC-Br passou de 141,66 pontos para 142,25 pontos. Nos dados já estão descontados os ajustes sazonais.
O resultado veio acima da previsão de analistas, que apontavam para alta de 0,30% no período, porém, abaixo do indicador de junho (ante maio), que subiu 0,75%. Em comparação com julho de 2011 (139,73 pontos), o indicador prévio do PIB aumentou 1,56%.
(Com agência Reuters)