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Argentina diz que credores estão dispostos a trocar dívida

País busca contornar ordem judicial norte-americana e briga por pagamento da dívida fora dos Estados Unidos para dar fim ao calote

Por Da Redação
5 set 2014, 13h11

O governo argentino disse nesta sexta-feira que “muitos” credores se mostraram dispostos a participar de uma troca de dívida externa por doméstica, que busca contornar uma ordem judicial nos Estados Unidos que levou o país latino-americano ao seu segundo calote em pouco mais de uma década.

A Argentina chegou a depositar 539 milhões de dólares aos credores que aceitaram a reestruturação da dívida em 2005 e em 2010. O juiz norte-americano Thomas Griesa, no entanto, ordenou o bloqueio do pagamento para pressionar o país a cumprir suas obrigação com todos os credores, incluindo os chamados fundos abutres, que são aqueles que não aceitaram a reestruturação da dívida após o primeiro calote, no início dos anos 2000. O valor total da dívida chega a 1,33 bilhão de dólares

O que são fundos abutres?

Fundo abutre é um jargão do mercado financeiro usado para classificar fundos de hedge que investem em papéis de países que deram calote – atuam, em especial, na América Latina e na África. Sua atuação é perfeitamente legítima. O termo abutre foi criado para diferenciá-los dos fundos convencionais, justamente por trabalharem como “agiotas” de países caloteiros, emprestando dinheiro em troca de “títulos podres”. São considerados pelo mercado uma espécie de “investidor de segunda linha”. Sua atuação consiste em comprar títulos da dívida de nações em default por valor irrisório para depois acionar o país na justiça e tentar receber ganhos integrais. Os “abutres” compraram os papéis da dívida argentina por 48,7 milhões de dólares em 2001 e querem receber, hoje, cerca de 1 bilhão de dólares. A Argentina, por sua vez, tenta escapar do pagamento. O país teme que, caso aceite pagar os “abutres” integralmente, os 92% de credores que aceitaram a renegociação da dívida em 2005 e 2010 possam buscar na Justiça o direito de receber ganhos integrais. Neste caso, o pagamento poderia reduzir as reservas internacionais do país a praticamente zero. Outro agravante é que, devido ao histórico de calotes e decisões econômicas escandalosas do país, sua credibilidade para negociar com credores está fortemente abalada.

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A presidente Cristina Kirchner sugere transferir a sede do pagamento da dívida do Bank of New York (BoNY) para Buenos Aires, Paris ou outro lugar escolhido pelos credores, com o objetivo de pôr fim ao calote. O projeto foi aprovado na quinta-feira pelo Senado e será discutido na próxima semana na Câmara dos Deputados argentina.

“Respeito a dúvida e a opinião de muitos credores, que também têm manifestado publicamente vontade de participar do sistema de pagamento proposto pela Argentina na lei de pagamento soberano”, disse o chefe de gabinete, Jorge Capitanich. Ele não deu detalhes sobre os credores que estariam dispostos a participar da troca ou a cobrar os juros dos títulos argentinos em Buenos Aires ou na França.

(Com Reuters)

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