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Argentina volta a descartar negociação com fundos credores

Segundo o ministro da Economia, Axel Kicillof, país não vai firmar acordo com apenas uma parte de seus credores — os fundos abutres

Por Da Redação
27 ago 2014, 16h36

O governo argentino descartou nesta quarta-feira voltar a negociar com os fundos de hedge que levaram o país ao calote no mês passado – chamados também de fundos abutres. O ministro da Economia, Axel Kicillof, voltou a afirmar que a Argentina deve negociar com todos os detentores de seus títulos, e não com apenas uma parte deles. “Temos que negociar com todos”, afirmou. Os fundos correspondem aos credores que não aceitaram os termos das renegociações da dívida argentina em 2002 e desejam receber o valor cheio dos títulos. Os credores que aceitaram a reestruturação da dívida tiveram descontos sobre seus títulos.

O que são fundos abutres?

Fundo abutre é um jargão do mercado financeiro usado para classificar fundos de hedge que investem em papéis de países que deram calote – atuam, em especial, na América Latina e na África. Sua atuação é perfeitamente legítima. O termo abutre foi criado para diferenciá-los dos fundos convencionais, justamente por trabalharem como “agiotas” de países caloteiros, emprestando dinheiro em troca de “títulos podres”. São considerados pelo mercado uma espécie de “investidor de segunda linha”. Sua atuação consiste em comprar títulos da dívida de nações em default por valor irrisório para depois acionar o país na justiça e tentar receber ganhos integrais. Os “abutres” compraram os papéis da dívida argentina por 48,7 milhões de dólares em 2001 e querem receber, hoje, cerca de 1 bilhão de dólares. A Argentina, por sua vez, tenta escapar do pagamento. O país teme que, caso aceite pagar os “abutres” integralmente, os 92% de credores que aceitaram a renegociação da dívida em 2005 e 2010 possam buscar na Justiça o direito de receber ganhos integrais. Neste caso, o pagamento poderia reduzir as reservas internacionais do país a praticamente zero. Outro agravante é que, devido ao histórico de calotes e decisões econômicas escandalosas do país, sua credibilidade para negociar com credores está fortemente abalada.

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Os fundos NML e Aurelius conseguiram uma sentença favorável em uma corte de Nova York para receber 1,33 bilhão de dólares (mais juros) da Argentina. O país, entretanto, se recusa a fazer o pagamento. Desde então, o país está em calote técnico, já que a justiça americana condicionou o pagamento a todos os credores ao compromisso do país de pagar, também, os abutres.

Na terça-feira, a Argentina afirmou que vai revogar a licença que permite a atuação do banco BNY Mellon em Buenos Aires, sem dar maiores justificativas. Em julho, o governo Kirchner fez depósitos no banco para tentar pagar alguns de seus credores, mas o dinheiro foi bloqueado pelo juiz Thomas Griesa.

(Com agência Reuters)

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