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Argentina sugere França como alternativa para pagamento de dívida

Cristina Kirchner quer transferir sede do pagamento da dívida para Buenos Aires ou Paris, para colocar fim ao calote anunciado em julho

Por Da Redação
3 set 2014, 16h23

A maioria dos parlamentares da Argentina apontará nesta quarta-feira Paris como alternativa para a sede do pagamento da dívida do país latino-americano. “Durante o debate de hoje (quarta-feira), a bancada governista proporá acrescentar a França como alternativa, além da Argentina, como sede de cobrança para os credores”, disse uma fonte oficial que pediu para não ser identificada. A expectativa é de que o debate entre a base de apoio a Kirchner, que é a maioria, e seus opositores se prolongue até quinta-feira, em meio à deterioração do cenário econômico argentino.

O que são fundos abutres?

Fundo abutre é um jargão do mercado financeiro usado para classificar fundos de hedge que investem em papéis de países que deram calote – atuam, em especial, na América Latina e na África. Sua atuação é perfeitamente legítima. O termo abutre foi criado para diferenciá-los dos fundos convencionais, justamente por trabalharem como “agiotas” de países caloteiros, emprestando dinheiro em troca de “títulos podres”. São considerados pelo mercado uma espécie de “investidor de segunda linha”. Sua atuação consiste em comprar títulos da dívida de nações em default por valor irrisório para depois acionar o país na justiça e tentar receber ganhos integrais. Os “abutres” compraram os papéis da dívida argentina por 48,7 milhões de dólares em 2001 e querem receber, hoje, cerca de 1 bilhão de dólares. A Argentina, por sua vez, tenta escapar do pagamento. O país teme que, caso aceite pagar os “abutres” integralmente, os 92% de credores que aceitaram a renegociação da dívida em 2005 e 2010 possam buscar na Justiça o direito de receber ganhos integrais. Neste caso, o pagamento poderia reduzir as reservas internacionais do país a praticamente zero. Outro agravante é que, devido ao histórico de calotes e decisões econômicas escandalosas do país, sua credibilidade para negociar com credores está fortemente abalada.

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A presidente Cristina Kirchner sugere transferir a sede do pagamento da dívida do Bank of New York (BoNY) para Buenos Aires, Paris ou outro lugar escolhido pelos credores, com o objetivo de por fim ao calote anunciado em julho, após decisão do juiz norte-americano Thomas Griesa. A corte americana decidiu impedir o pagamento dos juros da dívida argentina a todos os seus credores, caso o país não se disponha a pagar também os chamados fundos abutres, que são aqueles que não aceitaram a reestruturação da dívida do país após o calote ocorrido no início dos anos 2000.

A Argentina chegou a depositar 539 milhões de dólares aos credores que aceitaram a reestruturação da dívida em 2005 e em 2010. Griesa, no entanto, ordenou o bloqueio do pagamento para pressionar o país a cumprir suas obrigação com todos os credores, incluindo os chamados fundos abutres. O valor total da dívida chega a 1,33 bilhão de dólares.

(Com agência France-Presse)

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