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O planeta dos macacos inteligentes

A superinteligência dos cinemas está longe da realidade, mas há exemplos surpreendentes de inteligência vinda dos grande símios

Por Marco Túlio Pires
Atualizado em 6 Maio 2016, 17h01 - Publicado em 3 set 2011, 08h54

No filme Planeta dos Macacos: A origem, cientistas conseguem fazer com que grandes símios (chimpanzés, gorilas, orangotangos e bonobos) fiquem superinteligentes por meio de um vírus. O resultado está bem longe da realidade, mas não faltam exemplos de símios capazes de surpreender pelo grau de inteligência que demonstram.

Alguns símios conseguem se comunicar pela linguagem dos sinais, tanto com seres humanos como entre si. Podem aprender a usar chaves, abrir fechaduras e procurar comida usando ferramentas. E há até os que sabem usar computador, celulares e rádios. “Eles podem contar até 10 ou mais se você ensinar a eles”, explica Pedro Ynterian, presidente do Great Ape Project, organização internacional presente em diversos países, incluindo o Brasil.

Negociação – Os santuários dedicados à preservação de símios estão cheios de casos interessantes sobre sua inteligência. No Great Ape Project, um chimpanzé chamado Guga, de 12 anos de idade, certa vez roubou um cadeado de uma tratadora. De acordo com os cuidadores, Guga sabia muito bem que chaves e cadeados eram objetos valorizados pelos humanos naquele ambiente. O cuidador pediu os objetos de volta, mas Guga se fez de desentendido. A partir daí, homem e chimpanzé iniciaram um processo de negociação. Algumas sementes de jatobá foram apresentadas a Guga, um objeto apreciado pelo animal. Guga não deu a mínima. O cuidador apelou para um refrigerante de dois litros. Deu certo. Guga devolveu o cadeado e foi dividir a bebida com seu grupo, mostrando refinada habilidade política.

No livro Anthropology & Law (Berghahn Books, 2006), o antropólogo James Donovan relata uma passagem com a chimpanzé Washoe (veja lista abaixo). Uma das tratadoras da chimpanzé estava grávida e faltou ao trabalho por várias semanas após ter perdido o bebê. Washoe passou a ignorar a cuidadora, para mostrar que estava ofendida com a ausência. A funcionária decidiu contar o que aconteceu usando a linguagem dos sinais: “meu bebê morreu”. Washoe encarou a cuidadora, depois baixou os olhos. Finalmente, olhou nos olhos da funcionária e sinalizou “choro”, tocando a bochecha e percorrendo com o dedo o caminho que uma lágrima faria – chimpanzés não conseguem derramar lágrimas.

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Para Ynterian, os símios são como crianças que pararam de se desenvolver aos 5 anos de idade. “A falta da linguagem escrita e falada não permite que eles transmitam os conhecimentos de geração em geração, e de indivíduo a indivíduo, como os seres humanos modernos”, afirma. “Temos que pensar que o Homo sapiens começou a falar e transmitir conhecimento intensamente alguns milhares de anos atrás. Durante dezenas de milhares de anos seu desenvolvimento foi devagar, como no caso dos chimpanzés”.

Confira três dos símios mais inteligentes da história:

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