Médica de menino suspeito de matar família depõe nesta terça-feira
Marcelo Pesseghini, de 13 anos, sofria de fibrose cística, que reduz expectativa de vida do paciente
Neiva Damasceno, médica do adolescente Marcelo Eduardo Pesseghini, deve prestar depoimento nesta terça-feira no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Ela será a 32ª pessoa a ser ouvida pela polícia em três semanas de investigação. O garoto, de 13 anos, é o principal suspeito de ter assassinado os pais, a avó e a tia-avó e depois se suicidado, na casa onde morava a família, na Vila Brasilândia, Zona Norte da capital paulista.
Marcelo era portador de uma doença genética chamada fibrose cística, que impede a produção de enzimas essenciais para a alimentação e causa complicações respiratórias. Ele também era diabético e fazia uso recorrente de insulina. A médica ajudará a esclarecer alguns pontos sobre o estado de saúde do menino no dia do crime, entre eles se a doença poderia alterar o seu comportamento ou qual era a sua expectativa de vida.
Segundo a Polícia Civil, o inquérito deve ser entregue no início de outubro – o prazo pode ser prorrogado por 30 dias, se necessário. Os investigadores ainda aguardam o resultado de laudos técnicos, como o toxicológico e o de necropsia. A conclusão dos exames determinará quando cada vítima foi morta e se estavam sob efeito de remédios.
Crime – A hipótese principal da polícia aponta o menino como autor do crime. Marcelo teria matado cada familiar com um tiro na cabeça, começando pelo pai, Luis Marcelo Pesseghini, que era sargento da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota). A última vítima teria sido a tia-avó, Bernardete Oliveira da Silva. Depois de 12 horas dos assassinatos, ele teria atirado contra a própria cabeça ao voltar da escola.
As execuções teriam ocorrido entre a noite de 4 e a madrugada de 5 de agosto. Todos estariam dormindo quando foram mortos, com exceção da mãe do garoto, Andreia Regina Bovo Pesseghini. Cabo do 18º Batalhão da Polícia Militar, ela foi encontrada encurvada, com um joelho sobre o colchão onde o marido foi morto.
No dia 7 de agosto, dois dias depois do crime, o ex-comandante de Andreia, o coronel Wagner Dimas, revelou que a cabo denunciou colegas policiais envolvidos com roubos a caixas eletrônicos. Um dia depois, em depoimento no DHPP, desmentiu a informação, dizendo que ou foi “mal interpretado” ou se “expressou mal” sobre o assunto.
Tiros – Nesta segunda-feira, peritos do Instituto de Criminalística fizeram um exame acústico na casa da família. Eles instalaram aparelhos que medem ruídos nas casas vizinhas e dispararam com uma pistola .40, a mesma utilizada no crime, dentro da casa da família Pesseghini. Resultado: os tiros poderiam ser ouvidos a uma distância de até cinquenta metros.
Vizinhos relataram ter ouvido os tiros na madrugada de 5 de agosto, mas disseram tê-los confundido com o barulho de carros e motos que circulam pela região.
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