Doleiro pagou R$ 7,9 mi a ex-diretor da Petrobras, diz PF
Alvo da operação Lava Jato, Alberto Youssef teria pago valores vultosos ao ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa
A Polícia Federal suspeita que o doleiro Alberto Youssef, pivô da Operação Lava Jato, pagou 7,9 milhões de reais em propinas para o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, entre 2011 e 2012. Costa está preso desde a última quinta-feira, indiciado por corrupção passiva. Segundo a PF, os pagamentos ilícitos referem-se a “obras da refinaria Abreu e Lima, licitada pela Petrobras, na qual o investigado (Costa) teve participação”.
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Segundo a PF, informações do Coaf indicam a existência de uma conta conjunta de Costa com Youssef, além de contas comuns no exterior. O pagamento de propina teria ocorrido de julho de 2011 a julho de 2012.
Numa conversa entre o doleiro e o empresário Márcio Bonilho, sócio proprietário da empresa Sanko Sider, Youssef dá a entender que efetuou pagamentos “vultosos” para o ex-diretor da Petrobras e outras pessoas envolvidas no esquema. “O tanto de dinheiro que nós demos pra esse cara… Ele tem coragem de falar que foi prejudicado. Pô, faz conta aqui, (sic) recebi 9 milhão em bruto, 20% eu paguei, são 7 e pouco, faz a conta do 7 e pouco, vê quanto ele levou, vê quanto o comparsa dele levou, vê quanto o Paulo Roberto levou, vê quanto os outro menino levou (sic) e vê quanto sobrou. Vem falar pra mim que tá prejudicado”, disse Youssef no diálogo grampeado pela PF.
Segundo os investigadores, a conversa faz referência a uma mensagem interceptada que mostra uma planilha de pagamentos de “comissões”, cujo valor total chega a 7,9 milhões de reais. Na planilha, aparecem as siglas MO e GFD, relacionadas “a empresas controladas por Youssef e por ele utilizadas para ocultação de patrimônio e movimentação financeira relacionada às operações de câmbio no mercado negro”. O valor de 7,9 milhões de reais faz alusão ao “faz conta do 7 e pouco, vê quanto o Paulo Roberto levou”.
Em outra planilha, aparece a sigla CNCC. A PF acredita se tratar do Consócio Nacional Camargo Corrêa, responsável por parte das obras na refinaria Abreu e Lima, licitada pela Petrobras.
Além de ser alvo da operação Lava Jato, Costa também participou ativamente do mau negócio da compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. Ele ajudou a fazer o contrato com o ex-diretor da área internacional, Nestor Cerveró.