Zelensky insta Trump a visitar Ucrânia antes de firmar acordo de paz com a Rússia
Após apelo do presidente ucraniano, mísseis russos atingiram a cidade de Sumy, matando 35 pessoas e ferindo outras 117

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, instou no domingo 13 seu homólogo dos Estados Unidos, Donald Trump, a visitar o país antes de firmar um acordo de paz com a Rússia. Em entrevista à emissora americana CBS, ele estendeu o apelo ao republicano, com quem tem mantido uma relação tensa, com mais baixos que altos, desde o seu retorno à Casa Branca.
“Por favor, antes de qualquer tipo de decisão, qualquer tipo de negociação, venham ver as pessoas, civis, guerreiros, hospitais, igrejas, crianças destruídas ou mortas”, disse Zelensky.
Após a entrevista, mísseis russos atingiram a cidade de Sumy, matando 35 pessoas e ferindo outras 117. Sem apresentar provas, a Rússia anunciou que lançou dois mísseis Iskander contra uma reunião de militares ucranianos, dos quais 60 teriam morridos. Trump, por sua vez, caracterizou o episódio como “terrível” e afirmou que Moscou cometeu “um erro”, mas não detalhou de onde obteve as informações.
Embora Kiev não tenha confirmado o encontro militar, um prefeito regional em Sumy exigiu a renúncia de autoridades de segurança locais caso tenham permitido o evento, uma vez que reuniões com soldados ucranianos são alvos prioritários russos.
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Reação europeia
O futuro chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, definiu o ataque como um “ato pérfido” e um “grave crime de guerra, deliberado e intencional”. O coro foi endossado pelo chanceler cessante alemão, Olaf Scholz, que afirmou que a explosão mostrou “exatamente o quanto valia a suposta prontidão da Rússia para a paz”.
O presidente da França, Emmanuel Macron, acusou a Rússia de “flagrante desrespeito às vidas humanas, ao direito internacional e aos esforços diplomáticos do presidente Trump”. Ele também disse que “são necessárias medidas fortes para impor um cessar-fogo à Rússia”, acrescentando que “a França está trabalhando incansavelmente para atingir esse objetivo, ao lado de seus parceiros.”
O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, expressou estar “horrorizado com os ataques horríveis da Rússia contra civis em Sumy”, ao passo que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, descreveu o ataque como “bárbaro”. Ela também subiu o tom das críticas, indicando que “a Rússia foi e continua sendo o agressor, em flagrante violação do direito internacional”.