Zelensky alerta que Putin vai tentar ‘manipular’ cessar-fogo na Ucrânia
Presidente da Rússia aceitou proposta dos EUA para uma trégua, mas com ressalvas. Ucraniano o acusa de estar 'fingindo'

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, acusou seu homólogo russo, Vladimir Putin, de dar uma resposta “manipuladora” à proposta dos Estados Unidos para um cessar-fogo na guerra, dizendo que o chefe do Kremlin apenas fingiu aceitá-la e enquanto “na realidade, se prepara para rejeitá-la”.
“É por isso que, em Moscou, eles estão cercando a ideia do cessar-fogo com tais pré-condições que ela vai falhar ou ser protelada pelo maior tempo possível. Putin faz isso com frequência — ele não diz ‘não’ diretamente, mas arrasta as coisas e torna soluções razoáveis impossíveis”, declarou Zelensky.
Até o presidente americano, Donald Trump, reconheceu que, embora a resposta de Putin tenha sido “promissora”, ela também foi “incompleta”. Na quinta-feira 13, ele afirmou que “apoia” a ideia de uma trégua, mas ainda tinha ressalvas.
Chegar ao fundo do que a Rússia realmente quer, e planejar o que fazer em seguida, será o foco dos próximos dias. O enviado especial de Trump, Steve Witkoff, estava em Moscou na quinta, onde deveria se encontrar com Putin e altos funcionários russos à noite para discutir as propostas. Até esta manhã, nem o Kremlin nem a Casa Branca emitiram quaisquer comunicados sobre as discussões.
Em entrevista à emissora conservadora Fox News na noite de quinta, o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Mike Waltz, elogiou os ucranianos por “uma abordagem muito diferente do que você viu no Salão Oval”, em referência à reunião entre Zelensky e Trump que terminou em um bate-boca e que, essencialmente, humilhou o presidente da Ucrânia.
Walz pediu que ambos os lados da guerra se preparassem para o cessar-fogo, mas se recusou a dar detalhes sobre as discussões que Witkoff teve em Moscou. Ainda assim, insistiu que havia “algum otimismo cauteloso”, já que o governo americano espera o relatório do enviado especial de Trump “para fazer avaliações e para o presidente tomar decisões sobre os próximos passos”.
Quando perguntado se a Ucrânia não teria permissão para entrar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e se precisaria abdicar de alguns territórios ocupados pela Rússia na região do Donbas, Waltz disse “você não está errado em nada disso”.
“O importante é que estamos discutindo todas essas coisas com ambos os lados”, disse o conselheiro de segurança.