Washington remove símbolo do ‘Black Lives Matter’ após pressão de Trump
Trabalhadores começaram a remover o mural Black Lives Matter Plaza de Washington depois de ameaças de Trump de cortar financiamento dos transportes públicos

Trabalhadores da prefeitura da capital dos Estados Unidos, Washington, iniciaram nesta segunda-feira, 11, a remoção do mural do grupo Black Lives Matter (Vida negras importam), em uma rua que leva à Casa Branca,
As letras amarelas em negrito foram pintadas em meio aos protestos nacionais pelo assassinato de George Floyd por um policial branco em 2020.
Foi uma resposta direta ao dia em que agentes federais usaram gás lacrimogêneo contra manifestantes numa praça central de Washington.
Os manifestantes foram afastados pouco antes do presidente Trump caminhar pela área em direção à Igreja de St. John, onde posou para uma polêmica sessão de fotos segurando uma Bíblia.
O mural se tornou, então, um símbolo de solidariedade contra o racismo e a brutalidade policial, e a área foi renomeada para Black Lives Matter Plaza.
Mas a vitória eleitoral do presidente Donald Trump colocou em questão o destino do mural, especialmente porque os republicanos buscaram exercer mais controle sobre a governança da capital do país.
O deputado republicano Andrew Clyde é um dos envolvidos na retirada do projeto. Na última semana, ele apresentou uma legislação para reter o financiamento federal aos transportes públicos da cidade, a menos que a prefeitura removesse o mural.
A prefeita de Washington, Muriel Bowser, sugeriu em resposta que ele fosse apagado.
E o secretário de Transportes, Sean Duffy, também escreveu uma mensagem nas redes em que expressou preocupações sobre murais e obras de arte que impedem a segurança do trânsito.
“O mural inspirou milhões de pessoas e ajudou nossa cidade a passar por um período muito doloroso”, escreveu Bowser no X. “Mas agora não podemos nos dar ao luxo de ser distraídos por interferências sem sentido.”