Voos de repatriação de brasileiros no Líbano já têm lista com mais de 3.000 pessoas
Assim como em outros casos, mais recentemente em Gaza, a prioridade será para idosos, crianças e pessoas com questões médicas
Poucas horas depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinar a realização de voos de repatriação de brasileiros que estão no Líbano, na segunda-feira 30, o número de cidadãos interessados em voltar ao Brasil já chega perto da casa dos 3.000, de acordo com uma autoridade do Itamaraty ouvida por VEJA.
Assim como em outros casos, mais recentemente em Gaza, a prioridade será para idosos, crianças e pessoas com questões médicas.
Segundo o Itamaraty, o planejamento inicial da Força Aérea Brasileira prevê a decolagem do aeroporto da capital, Beirute, que está aberto. A ideia do governo é que um primeiro avião da FAB já chegue à região levantina no fim de semana.
Como parte do planejamento logístico, a Embaixada do Brasil no Líbano está em contato com a comunidade brasileira em estreita coordenação com autoridades locais para viabilizar todo o processo.
Ataques de Israel ao Líbano, em resposta a bombardeios feitos pela milícia libanesa Hezbollah, já deixaram mais de 1.000 mortos, incluindo mulheres e crianças. Dois brasileiros morreram, sendo eles Mirna Raef Nasser, de 16 anos, e Ali Kamal Abdallah, de 15 anos, natural de Foz do Iguaçu.
De acordo com estimativa do governo brasileiro, cerca de 20.000 brasileiros vivem no país, que têm uma estreita relação com o Brasil. Os números de libaneses e descendentes no Brasil são imprecisos, já que não há um censo. A Câmara de Comércio Árabe-Brasileira encomendou uma pesquisa autodeclaratória, em 2020, que indica que 11,6 milhões de brasileiros são descendentes de árabes: destes, 27%, ou 3,1 milhões, são especificamente libaneses. O Consulado Geral do Líbano em São Paulo, por sua vez, cita uma presença de 8 milhões a 10 milhões de pessoas.