VÍDEO: Milei solta a voz e transforma lançamento de livro em show de rock
De roupas pretas e costumeiro cabelo despenteado, ultraliberal cantou uma série de músicas e endossou gritos contra a ex-presidente Cristina Kirschner
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7 out 2025, 14h59
O presidente da Argentina, Javier Milei, transformou o evento de lançamento do seu livro, “La Construcción del Milagro” (“A Construção do Milagre”, em português), em um show de rock com direito a labaredas e telão com imagens de explosões nesta segunda-feira, 6. De roupas pretas e costumeiro cabelo despenteado, ele soltou a voz nas músicas “Panic Show”, do grupo La Renga, e “Demoliendo Hoteles”, do cantor Charly García. Depois, apresentou-se com a Banda Presidencial, um grupo composto por ele e deputados aliados.
Na Movistar Arena, em Buenos Aires, Milei agradeceu à multidão pelo apoio e também engatou em cânticos contra a ex-presidente Cristina Kirchner. Ele, inclusive, incentivou o público a acompanhá-lo: “Tornozeleira, tornozeleira Cristina, tornozeleira Cristina”, gritou. O líder argentino voltou a cantar outras músicas, como “El rock del Gato”, dos Los Ratones Paranoicos, “Blues del equipaje”, da banda La Mississippi, e “No me arrepiento de este amor”, do grupo Attaque 77. Ao fim do show, disse que tomaria um banho e voltaria mais tarde.
“Peço que me deem um momento. O grande Agustín Laje falará sobre a batalha cultural. Enquanto isso, vou tomar um banho e me vestir de presidente”, contou ele, antes de retornar de terno e gravata com o seu porta-voz, Manuel Adorni.
No es IA. No es un capítulo de Black Mirror. Es el presidente de la República Argentina en medio de una crisis ecónomica fenomenal y escándalos de narcotráfico pic.twitter.com/iodlD4Il2Z
— Arrepentidos de Milei (@ArrepentidosLLA) October 7, 2025
+ Candidato a deputado apoiado por Milei é alvo de escândalo relacionado ao narcotráfico
Bolsonaro, Trump e Kirk
Em discurso no lançamento da obra, que fala sobre o suposto milagre econômico que realizou no país, Milei alegou que a extrema direita é perseguida e afirmou que “tentaram assassinar Jair Bolsonaro, tentaram assassinar aquele colosso mundial que é Donald Trump, assassinaram Uribe e, recentemente, tiraram a vida do nosso querido Charlie Kirk”, em referência à morte do ativista conservador em um evento universitário em Utah, acrescentando: “Isto é para você, Charlie, grande apoiador”.
“Charlie estava visitando o campus, realizando o debate, eles não o suportaram e tiveram que matá-lo. Poderiam tê-lo agredido fisicamente, mas Charlie vive em cada um de nós”, continuou.
Em seguida, Milei pediu ao público que matenha a “confiança de que não emitiremos mais um único peso, e a inflação será coisa do passado até meados do ano que vem” e prometeu que a “inflação na Argentina acabará”. A pobreza no país recuou para 31,6% no primeiro trimestre deste ano. Trata-se do menor índice desde que Milei chegou ao poder, em dezembro de 2023. A taxa representa uma queda de 6,5 pontos percentuais em relação ao 2º semestre de 2024 e o menor percentual desde o 1º semestre de 2018.
A performance, criticada pela oposição, ocorre em meio a sucessivos escândalos na Casa Rosada: primeiro, a irmã do líder argentino e secretária-geral da Presidência, Karina Milei, foi acusada de participar de um esquema de propina; depois, foi revelado que um candidato a deputado apoiado por Milei tinha laços com um argentino investigado por narcotráfico pelos Estados Unidos.
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