Venezuela denuncia bloqueio de votação em embaixada e consulados no Canadá
Comunidade internacional não reconhecerá resultado das eleições presidenciais e pede adiamento
O Canadá bloqueará a instalação de seções de votação nas sedes diplomáticas da Venezuela nesse país, diante das eleições presidenciais de domingo, denunciou nesta quarta-feira (16) o chanceler venezuelano, Jorge Arreaza.
“Nos enviaram hoje uma nota diplomática (…) na qual dizem que não autorizarão o governo da Venezuela a instalar as seções eleitorais em nossa embaixada e em nossos consulados”, declarou Arreaza à imprensa.
Para as eleições de domingo, nas quais Nicolás Maduro busca a reeleição, 20,5 milhões de venezuelanos são chamados a votar.
Cerca de 108.000 dos convocados vivem no exterior, 5.027 deles inscritos nas cidades canadenses de Ottawa, Vancouver, Toronto e Montreal, detalhou Arreaza, que considerou a medida um ato “hostil”.
O Canadá pertence ao “Grupo Lima”, também composto por Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Paraguai e Peru, cujos governos pedem a suspensão das eleições por considerar que não oferecem garantias à oposição.
Na segunda-feira, em uma declaração lida pelo chanceler mexicano, Luis Videgaray, o grupo fez “um último chamado” a Caracas para reconsiderar a votação. Os principais partidos da oposição a boicotam, chamando-a de “fraudulenta”.
Maduro e funcionários de alto escalão descartaram repetidamente a possibilidade de suspender o processo. Arreaza insistiu nesta quarta-feira que a eleição “continuará acontecendo normalmente no Canadá e em todos os países”.
O ministro das Relações Exteriores pediu aos países que questionam a eleição que, depois de domingo, “possamos recompor nossas relações (…) e trabalhar juntos pelo bem de nossos povos”.
“Nós não vamos agir nem com vingança nem com retaliação”, acrescentou.
(Com AFP)