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Veneza é inundada por maré alta, e prefeito pede estado de catástrofe

Nível da água chegou a 1,87 m, o maior desde 1966, e autoridades acreditam que situação pode se agravar nos próximos dias

Por Da Redação 13 nov 2019, 02h45

A cidade italiana de Veneza registrou, na noite desta terça-feira 12, uma histórica “acqua alta” (maré alta), com um pico que pode atingir ou superar 1,90 metro, segundo o Centro de Marés do destino turístico italiano.

“Enfrentamos uma maré mais que excepcional. Todos estão mobilizados para manejar a emergência”, tuitou o prefeito da cidade, Luigi Brugnaro.

“Amanhã pediremos o estado de catástrofe natural porque os custos (os danos) serão provavelmente significativos e se espera que o nível da água continue subindo”, acrescentou Brugnaro.

“Necessitamos que todos nos ajudem a lidar com o que é claramente o impacto da mudança climática”, acrescentou o prefeito, no fim da noite na famosa praça de São Marcos.

Por volta de meia-noite, o Centro de Marés indicava uma altura de 1,87 m, a maior “acqua alta” desde o recorde registrado em 4 de novembro de 1966. O nível das marés é registrado em Veneza desde 1923.

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Um nível de maré de 1,87 m não significa que a cidade esteja submersa sob quase dois metros de água. Desta altura deve-se subtrair o nível médio da cidade, que se encontra em entre um metro e 1,30 m.

Segundo jornalistas da AFP-TV, o nível da água atingia “1,20 metro em algumas zonas”. As águas inundaram o vestíbulo da basílica de São Marcos, algo pouco frequente.

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O procurador do prédio, Pierpaolo Campostrini, recordou que em toda a história da basílica – construída em 828 e reconstruída em 1063 (após um incêndio) – o vestíbulo só foi inundado em cinco ocasiões.

O mais preocupante é que três das cinco grandes inundações ocorreram nos últimos 20 anos – a última em 2018. O fenômeno da “acqua alta” costuma inundar as zonas baixas da cidade, em particular a praça de São Marcos. Na noite desta terça-feira o fenômeno foi agravado pelo siroco, um forte vento saariano.

Para proteger Veneza das marés, que afetam cada vez mais seu patrimônio artístico, em 2003 foi iniciada a construção de 78 diques flutuantes com base no projeto MOSE (Módulo Experimental Eletromecânico). Este sistema fechará a lagoa em caso de excessiva elevação das águas do Adriático.

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(Com AFP)

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