Relâmpago: Digital Completo a partir R$ 5,99

União Europeia aprova acordo inédito com Cuba

Acordo de diálogo político e cooperação bilateral entre o bloco e a ilha pode entrar em vigor nos próximos meses

Por Da redação
Atualizado em 4 jun 2024, 19h55 - Publicado em 5 jul 2017, 16h19

A União Europeia (UE) aprovou nesta quarta-feira em Estrasburgo, na França, o primeiro acordo de cooperação internacional com Cuba. A medida, um importante passo para normalizar as relações diplomáticas entre o bloco e a ilha, acontece menos de um mês depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar a suspensão da reaproximação com o país caribenho, iniciada por seu antecessor Barack Obama.

“A Europa tem a grande oportunidade de demonstrar aos Estados Unidos que é possível manter o máximo nível de exigência, normalizando por sua vez as relações com Havana”, afirmou durante os debates da véspera a eurodeputada Elena Valenciano.

Os eurodeputados aprovaram o acordo, assinado em dezembro de 2016, por 567 votos a favor, 65 contra e 31 abstenções. Cuba foi o último país latino-americano a assinar um acordo do tipo com o bloco. Até então, as relações eram regulamentadas pela denominada Posição Comum de 1996, que vinculava a cooperação europeia a avanços na questão de direitos humanos.

Negociado durante quase dois anos, a partir de abril de 2014, o tema dos direitos humanos foi um dos obstáculos do Acordo de Diálogo Político e Cooperação, solucionado com o início de um diálogo à parte sobre a questão. O pacto com a UE contempla a possibilidade de suspensão em caso de violação dos compromissos sobre direitos humanos.

Muitos eurodeputados, especialmente conservadores e liberais, no entanto, pediram uma linguagem mais dura nessa questão e a respeito das liberdades públicas. Nesse sentido, a Eurocâmara adotou nesta quarta-feira uma resolução não legislativa, que não faz parte do acordo, na qual os eurodeputados exigem que a UE, entre outras medidas, ajude na “transição econômica e política em Cuba estimulando a evolução a parâmetros democráticos”. A resolução dos eurodeputados, que já concederam a opositores cubanos o prêmio Sakharov de direitos humanos, também pede a libertação de todas as pessoas detidas “por seus ideais e sua atividade política pacífica”.

Continua após a publicidade

Após a aprovação do Parlamento Europeu, o acordo, que estabelece as bases das relações comerciais entre o bloco e a ilha, poderá entrar em vigor de modo provisório nos próximos meses. Para sua aplicação final, os países -membros devem ratificar o pacto, como já fizeram dois países do ex-bloco soviético, Hungria e Estônia, em um longo e complexo processo que pode demorar anos.

Livre-comércio com Japão

Também nesta quarta-feira, a Comissão Europeia anunciou que UE e Japão chegaram a acordo de livre-comércio. Esse acordo estava sendo negociado desde 2013. “Chegamos a um consenso político em nível ministerial sobre o acordo de comércio entre a UE e o Japão”, disse em seu perfil do Twitter a comissária de Comércio do bloco, a sueca Cecilia Malmström.

Em sua mensagem, Malmström pediu aos líderes de Japão e do bloco que “confirmem” o pacto na reunião que será realizada amanhã em Bruxelas, às vésperas do encontro do G20, que acontecerá em Hamburgo, na sexta-feira e no sábado. “Conseguimos resolver as diferenças que faltavam”, acrescentou Malmström, que se reuniu hoje em Bruxelas com o ministro das Relações Exteriores do Japão, Fumio Kishida, para fechar os últimos detalhes do acordo antes da reunião.

Continua após a publicidade

No encontro de amanhã, a UE estará representada pelo presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e pelo presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, enquanto pelo Japão esse papel caberá ao primeiro-ministro Shinzo Abe. O acordo de hoje, em princípio, não significa o fim das negociações, que deverão continuar para fechar assuntos nos quais as partes ainda não foram capazes de chegar a um consenso, como os mecanismos que estarão à disposição dos investidores para se protegerem diante da ação dos Estados, entre outros.

Segundo fontes europeias, esse é o único ponto em que persistem diferenças “substanciais” entre as partes, ainda que também existam detalhes que precisam ser fechados em outras áreas. Também falta decidir se o acordo será misto, ou seja, se, além de aprovado pelos países no Conselho e no Parlamento europeus,  terá de ser referendado pelas assembleias legislativas nacionais. UE e Japão esperam concluir a negociação e ter o acordo definitivo assinado antes do fim deste ano. Uma vez que o acordo estiver concluído, ele cobrirá diretamente 99% do comércio bilateral entre Japão e UE, segundo as fontes.

(com AFP e EFE)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 5,99/mês
DIA DAS MÃES

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada revista sai por menos de R$ 9)
A partir de 35,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.