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‘Um dos dias mais sombrios’ da história da Nova Zelândia, diz premiê

Líderes mundiais lamentaram os ataques contra duas mesquitas na cidade de Christchurch que deixaram 49 mortos

Por Da Redação
Atualizado em 15 mar 2019, 15h41 - Publicado em 15 mar 2019, 11h30

A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, afirmou que o país vive “um dos dias mais sombrios” de sua história após os atentados contra duas mesquitas que deixaram 49 mortos. A premiê afirmou que os ataques foram “bem planejados” e devem “ser descritos como um ataque terrorista sem precedentes.” Segundo a polícia local, três suspeitos foram presos.

Jacinda afirmou que os autores do massacre possuem “visões extremistas que não tem lugar na Nova Zelândia e, na verdade, não tem lugar em nenhum lugar do mundo”.

“Muitos dos atingidos pelo ataque podem ser migrantes para a Nova Zelândia, podem ser refugiados aqui. Eles escolheram fazer da Nova Zelândia seu lar, e aqui é o lar deles. Eles são iguais a nós. Quem perpetrou esse ato de violência não é”, afirmou.

O presidente Jair Bolsonaro divulgou no Twitter mensagem de condolências aos neozelandeses e de condenação ao atentado. Outras autoridades também repudiaram os atentados desta sexta. Em um comunicado, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enviou suas preces às vítimas e suas famílias. “Nós somos solidários ao povo da Nova Zelândia e a seu governo contra este ato perverso de ódio.”

O Conselheiro de Segurança Nacional americano, John Bolton, complementou o comunicado presidencial e disse que a equipe de Trump está “bastante preocupada”, acompanhando os eventos “bem de perto”.

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Já a primeira-ministra britânica, Theresa May, envolvida em uma grande crise política no Reino Unido, prestou suas “mais sinceras condolências” aos neozelandeses. “Meus pensamentos estão com todos os afetados por este ato de violência repugnante.” A rainha Elizabeth II, que também é monarca da Nova Zelândia, manifestou “profunda tristeza” pelos “chocantes eventos em Christchurch”.

“Eu e príncipe Philip enviamos nossas condolências aos familiares e amigos daqueles que perderam suas vidas. Também presto um tributo aos serviços de emergência e aos voluntários que estão dando apoio àqueles que foram feridos.”

O governo britânico anunciou no início da manhã desta sexta que reforçará a segurança nas mesquitas do Reino Unido durante o dia. O exemplo foi seguido pelas polícias de Nova York, Los Angeles e Minneapolis. O último a anunciar que também vai “intensificar a vigilância” nos templos foi o ministro do Interior francês, Christophe Castaner, que afirmou ter feito o pedido “por precaução”.

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O presidente da França, Emmanuel Macron seguiu o tom de May em seu pronunciamento, escrevendo que “todos os nossos pensamentos estão com as vítimas dos abomináveis crimes contra as mesquitas de Christchurch e seus entes amados”. Britânicos, americanos e franceses foram alvos de diversos ataques terroristas nos últimos anos e têm uma grande comunidade muçulmana em seus territórios, o que explica o temor em torno de uma réplica dos atos na Nova Zelândia.

A chanceler alemã, Angela Merkel, chamou o tiroteio de “uma agressão pérfida às pessoas rezando em um local de adoração.”

“Foi um ataque direcionado contra os muçulmanos mas também um ataque contra a democracia da Nova Zelândia e uma sociedade aberta e tolerante. Nós compartilhamos estes valores com os neozelandeses e, por isso, também compartilhamos o horror e a condenação a este ato terrível”, disse Merkel, desejando também uma recuperação rápida aos feridos.

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A governante lidera uma das políticas mais moderadas sobre a recepção de refugiados de países muçulmanos, tornando a Alemanha um dos países que mais receberam imigrantes nos últimos anos.

Líderes religiosos

Em uma carta escrita pelo secretário de Estado do Vaticano, o papa Francisco também expressou sua tristeza por todos aqueles feridos e mortos “em um ato sem sentido de violência.” Francisco ainda assegurou a “todos os neozelandeses, e especialmente a comunidade muçulmana, de sua profunda solidariedade consequente a esses ataques.”

O presidente do Congresso Mundial Judaico, Ronald S. Lauder, expressou seu “horror e repugnância” com os ataques de Christchurch. “Nós devemos redobrar os esforços para combater o ódio e a divisão em nossa sociedade, de onde quer que isso venha.”

Os ataques foram transmitidos ao vivo na internet e teriam sido conduzidos por um australiano chamado Brenton Tarrant, no início da tarde desta sexta-feira, 15, no horário local. Em sua conta no Facebook, um manifesto de 74 páginas continha mensagens anti-imigração e de orientação à extrema direita política. Dois homens e uma mulher foram presos por suposta conexão com o caso.

(Com Reuters) 

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