Bruxelas, 30 jan (EFE).- Os chefes de Estado e governo da União Europeia (UE) iniciaram nesta segunda-feira uma cúpula que busca consolidar a disciplina orçamentária na região, pondo desta vez uma ênfase maior na promoção do crescimento econômico e do emprego.
‘Devemos continuar reduzindo a dívida pública e estabilizando a zona do euro, enquanto garantimos o crescimento e o emprego’, afirmou nesta segunda o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, ao abrir a reunião.
Van Rompuy declarou que nos últimos meses o bloco europeu ‘fez progressos consideráveis’ na luta contra a crise, ‘mas o caminho ainda não chegou ao final’.
A reunião começou com quase meia hora de atraso, depois que o presidente francês, Nicolas Sarkozy; a chanceler alemã, Angela Merkel, e o premiê italiano, Mario Monti, chegaram tarde, juntos e sorridentes à sala depois de um encontro prévio, que representa a incorporação de Monti à dupla que os meios de comunicação batizaram como ‘Merkozy’.
A cúpula prevê acordar o texto sobre um novo ‘pacto fiscal’, que se dedicará à disciplina orçamentária ao limitar o déficit público a 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB).
Todos os membros da UE, menos o Reino Unido, aderiram a este pacto, que será firmado formalmente em 1º de março, durante o próximo Conselho Europeu.
Mas com o desemprego a níveis historicamente altos na UE e muitos de seus países membros em recessão ou quase nessa situação, esta cúpula informal quer discutir também formas de promover o crescimento econômico e a criação de emprego.
Os membros da UE também manterão uma discussão sobre a situação na Grécia, embora ‘limitada’, já que o país ainda não fechou um acordo com os bancos privados para uma moratória da dívida em mãos de credores privados, além do próximo relatório da ‘troika’ (formada por Fundo Monetário Internacional, Banco Centro Europeu e Comissão Europa) ainda não estar pronto.
Esse relatório pode ser muito importante, depois que informações publicadas no fim de semana na Alemanha indicaram que o segundo resgate grego poderia custar até 15 bilhões de euros a mais, e que Berlim faria com que a Grécia cedesse o controle sobre seu orçamento a um comissário nomeado pelo Eurogrupo, que poderia vetar decisões governamentais e supervisionar a aplicação das medidas.
A ideia foi rejeitada plenamente pelo governo grego, assim com pelo presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, que considerou que a medida ‘não é aceitável’. EFE