UE inclui diamantes russos em lista de sanções por guerra na Ucrânia
Medida é parte do 12° pacote de sanções e pune maior produtora da pedra preciosa no mundo
A União Europeia (UE) informou nesta quarta-feira, 3, que está proibida a circulação dos diamantes produzidos pela maior empresa do ramo, a russa Alrosa, em todos os países do bloco. A ação faz parte do 12° pacote de bloqueios econômicos contra a Rússia desde o início da guerra na Ucrânia e afeta também o CEO do grupo, Pavel Alekseevich Marinychev.
“Em linha com a proibição de diamantes que introduzimos com o 12º pacote de sanções, a UE lista hoje a Alrosa, a maior empresa de mineração de diamantes do mundo, e o seu CEO”, disse o chefe de política externa da UE, Josep Borrell, na plataforma X, antigo Twitter.
Desde a virada do ano, os 27 países membros da UE já não podem mais comprar diamantes naturais e sintéticos, assim como joias que contenham a pedra preciosa e sejam provenientes da Rússia, a menos para fins industriais. Entre março e setembro deste ano, a proibição vai passar a incluir diamantes de origem russa que tenham sido lapidados e polidos em outros países.
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A proibição está alinhada com um esforço do G7 (composto por Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Japão, Alemanha, França e Itália) que adotou um modelo semelhante para tentar derrubar uma das mais importantes fontes de renda dos russos.
A Rússia é a maior produtora de diamantes do globo em volume bruto. Por lá, 90% dos negócios são centralizados pela Alrosa. Somente em 2021, o país exportou U$ 4 bilhões (R$ 19,7 bilhões) em diamantes, receita que caiu ligeiramente em 2022, sem que houvesse nenhuma restrição do comércio pela comunidade internacional.
Uma das dificuldades que levaram à inércia global foram a dificuldade de rastrear a origem dos diamantes. A Rússia costuma exportar o diamante em estado bruto, que geralmente é cortado e polido na Índia e depois comercializados na Bélgica, de onde são exportados para grandes centros.
Outro temor do G7 e da UE era uma suposta alavancagem do mercado paralelo. Ambos os problemas podem ser resolvidos com o novo sistema de rastreio que será empregado até setembro, e que vai permitir controlar os diamantes ao longo de toda a cadeia produtiva, desde as minas até as lojas.