UE expressa ‘horror’ com ataque a campo de refugiados em Gaza
Diplomata Josep Borrell reforça que Israel tem direito de se defender, mas 'em conformidade com o direito humanitário internacional'

O Ministro das Relações Exteriores da União Europeia, Josep Borrell, disse nesta quarta-feira, 1, que ficou “horrorizado” com o elevado número de vítimas do bombardeio israelense a um campo de refugiados na Faixa de Gaza na véspera. O diplomata pediu que ambas as partes em conflito respeitem as regras internacionais de guerra.
“Com base na posição clara do Conselho da União Europeia de que Israel tem o direito de se defender, em conformidade com o direito humanitário internacional, e de garantir a proteção de todos os civis, estou horrorizado com o elevado número de vítimas após o bombardeio por Israel do campo de refugiados de Jabalia”, disse Borrell em um comunicado na plataforma X, anteriormente conhecida como Twitter.
“As leis da guerra e da humanidade devem ser sempre aplicadas, inclusive quando se trata de assistência humanitária”, completou Borrell.
https://twitter.com/JosepBorrellF/status/1719682201887862813
O Hamas, que governa Gaza e controla o Ministério de Saúde do território, disse que pelo menos 50 palestinos foram mortos e outros 150 ficaram feridos devido ao ataque de terça-feira 31 ao campo de refugiados de Jabalia, na região norte do enclave. Desde o início da guerra, mais de 8,7 mil palestinos, a maioria civis, morreram devido aos sucessivos ataques aéreos israelenses.
Israel confirmou a autoria do disparo contra Jabalia, e afirmou que o bombardeio tinha como alvo um dos arquitetos e comandantes da brutal incursão terrorista do Hamas no território israelense em 7 de outubro, que deixou 1.400 mortos e mais de 5 mil feridos em apenas um dia.
Na semana passada, os líderes da União Europeia fizeram um apelo por uma pausa nas hostilidades de Israel e do Hamas, com objetivo de levar ajuda humanitária à Faixa de Gaza por meio de corredores seguros. O bloco europeu se disse “profundamente preocupado” com a deterioração da situação humanitária no enclave palestino.
As Nações Unidas, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e outros órgãos humanitários afirmaram que os civis de Gaza, sitiada há mais de três semanas, enfrentam uma catástrofe de saúde pública. Hospitais lutam para tratar vítimas que não param de chegar, mas o combustível que alimenta geradores de eletricidade pode acabar a qualquer momento.
“A cada dia que passa, à medida que a situação se torna cada vez mais terrível, isto é mais urgente do que nunca”, disse Borrell, repetindo o apelo da semana passada. “A segurança e a proteção dos civis não são apenas uma obrigação moral, mas também uma obrigação legal”, reforçou.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, rejeitou apelos internacionais para uma “pausa humanitária” nos combates, dizendo que o Hamas tiraria vantagem de qualquer trégua.