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Ucrânia recontrata soldados fugitivos em meio a crise no exército

Nova lei descriminalizou a 'primeira ausência não autorizada', permitindo o retorno dos militares que abandonam seus postos sem penalidades

Por Da Redação Atualizado em 4 dez 2024, 12h17 - Publicado em 4 dez 2024, 10h12

Algumas unidades do exército da Ucrânia estão dando uma segunda chance para soldados fugitivos, num contexto em que a desvantagem em relação às forças russas aumenta no campo de batalha. 

Desde 2022, quase 95 mil processos criminais foram abertos contra militares ucranianos que se ausentaram sem autorização ou desertaram do campo de batalha, segundo dados do Ministério Público do país. Neste ano, o número de casos aumentou significativamente, representando quase dois terços do total.

Uma nova lei recém sancionada descriminalizou a “primeira ausência não autorizada”, permitindo o retorno dos soldados ao serviço sem penalidades nesses casos.

+ Zelensky admite que Ucrânia não tem força militar para vencer guerra e pede diplomacia

Segundo o coronel Oleksandr Hrynchuk, vice-chefe da polícia militar ucraniana, 6 mil soldados retornaram ao serviço no último mês, sendo 3 mil apenas nas 72 horas seguintes à aprovação da lei.

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De volta à linha de frente

Para enfrentar a escassez de soldados, a 47ª Brigada de elite da Ucrânia e outras unidades do exército começaram a readmitir militares que fugiram do serviço. Após um anúncio nas redes sociais no mês passado, a unidade recebeu mais de 100 solicitações em apenas dois dias.

“Nosso objetivo é dar a cada soldado a oportunidade de retornar ao rebanho e realizar seu potencial”, anunciou o posto.

O chefe de recrutamento da 47º Brigada, Viacheslav Smirnov, afirmou que “houve um tsunami de inscrições; tantas que ainda não conseguimos processar todas antes que novas cheguem.”

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“Os motivos (para a fuga) são muito diferentes: para algumas pessoas, foi uma transição muito difícil da vida civil, outros serviram por um ou dois anos como pilotos qualificados (de drones), mas depois foram enviados para a linha de frente porque não havia infantaria suficiente”, disse Mykhailo Perets, um oficial do batalhão K-2 da 54ª Brigada da Ucrânia, acrescentando que sua unidade já havia contratado mais de 30 homens que se ausentaram sem justificativa.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, por sua vez, argumenta que o problema do exército de seu país é a escassez de armas, e não de pessoas, e continua a pressionar aliados ocidentais a ampliar doações militares.

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