Ucrânia pede que refugiados não voltem ao país durante o inverno
Segundo o governo, as chances da infraestrutura energética apresentar falhas durante a estação são altas após os ataques russos
O governo da Ucrânia pediu aos refugiados que fugiram do país após a invasão da Rússia que não retornem neste inverno, devido a série de ataques com drones e mísseis russos com foco na infraestrutura energética ucraniana.
“Precisamos sobreviver a este inverno. Se as pessoas voltarem, a rede elétrica pode falhar”, disse a vice-primeira-ministra, Iryna Vereshchuk, em mensagem de vídeo publicada na terça-feira 25.
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O alerta vem após semanas de greves na infraestrutura energética da Ucrânia, que causaram apagões em todo o país e ameaçam um inverno difícil para aqueles que ainda vivem lá.
De acordo com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em conferência internacional sobre a reconstrução do país, os mísseis russos e drones de fabricação iraniana já destruíram mais de um terço de todo o setor de energia nacional.
“Está claro que esses ataques têm o objetivo de tornar o inverno muito difícil para nós”, disse ele por meio de videoconferência.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, endossou o discurso de Zelensky e disse que as ações russas são “puros atos de terror”.
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“Moscou estava liderando deliberadamente ataques direcionados à infraestrutura civil, com um objetivo muito claro: cortar homens, mulheres e crianças de água, eletricidade e aquecimento à medida que o inverno se aproxima. Estes são puros atos de terror. A Rússia tenta paralisar a Ucrânia, mas não vamos deixar isso acontecer”, disse ela.
Apesar do alerta, Vereshchuk deu a entender que todos os refugiados serão bem-vindos de volta após o inverno e acrescentou que a situação pode piorar ainda mais com a iminência do frio.
“Na primavera, eu realmente gostaria que trabalhássemos juntos para reconstruir nossa região de Kharkiv, região de Kherson e o resto de nossas cidades e assentamentos aqui na Ucrânia”, disse.
Os ataques russos à infraestrutura energética são uma resposta ao sucesso da contra-ofensiva ucraniana, que tem recuperado territórios nas regiões sul e leste do país, como a cidade de Lyman, na região de Donetsk, considerada ponto estratégico para o Exército russo.
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Cerca de 7,7 milhões de pessoas fugiram da Ucrânia desde o início da guerra, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR). A maioria se estabeleceu em outros países da Europa, como Polônia, Alemanha e Romênia.