Ucrânia deve ser admitida na Otan, diz Boris Johnson
Ex-primeiro-ministro do Reino Unido alerta para contra-ataque russo em um artigo escrito para o Daily Mail
O ex-primeiro-ministro do Reino Unido Boris Johnson pediu, em um artigo escrito para o jornal britânico Daily Mail nesta terça-feira, 24, que países ocidentais intensifiquem os esforços para armar a Ucrânia.
Após uma visita à Ucrânia no último fim de semana, Johnson solicitou que o país seja admitido na aliança militar ocidental da Otan e lançou um ataque velado à Alemanha e aos Estados Unidos sobre o acordo fracassado de doar tanques. Ele alertou que a Rússia planejava uma nova ofensiva de contra-ataque após o fim do inverno, que precisa ser evitada.
“Os ucranianos precisam de centenas de tanques e devem obtê-los dos americanos, alemães, poloneses e muitos outros”, afirmou Johnson.
“Onde o mundo ocidental precisa estacionar esses tanques no momento? Protegendo o Tennessee? Rondando as aldeias de Wiltshire? Então, deixe-me colocar a questão novamente: que motivos concebíveis podem haver para atrasos? Por que não estamos dando aos ucranianos toda a ajuda que precisam, agora, quando precisam?”, indagou o ex-primeiro-ministro.
Johnson também deu seu apoio mais enfático até agora à adesão da Ucrânia à Otan, uma medida sobre a qual ele havia expressado cautela como primeiro-ministro.
“Qual é o resultado de nosso fracasso de décadas em cumprir nossa promessa e admitir os ucranianos ao abrigo do guarda-chuva defensivo da Otan?”, ele escreveu. “O resultado é a guerra mais sangrenta da Europa em 80 anos. Por uma questão de clareza, estabilidade e paz de longo prazo, agora está claro, o que não era antes da invasão de [Vladimir] Putin, que a Ucrânia deve aderir à aliança”, completou.
Johnson também fez uma crítica ao chanceler alemão, Olaf Scholz, que aludiu à preocupação de que a guerra se transformasse em um conflito da Otan com a Rússia – efetivamente uma guerra mundial.
“[Putin] escalará a guerra com uma arma nuclear no campo de batalha? Sério? Não acredito nem por um segundo. Se Putin fosse tão insano a ponto disso, ele perderia em um instante todos os apoiadores indecisos do mundo – da África, Oriente Médio, Ásia – que atualmente estão dispostos a dar-lhe tanta folga”, destacou Johnson.