Ucrânia anuncia início de contra-ataque no sul do país
Pentágono avalia que ofensiva da Ucrânia se intensificou, mas ainda não está claro se suas capacidades militares são suficientes para recuperar território
Militares ucranianos anunciaram nesta segunda-feira, 29, que lançaram operações ofensivas em várias áreas ao longo da linha de frente na região de Kherson, no sul da Ucrânia, sinalizando o início de um contra-ataque planejado há muito tempo para retomar o território tomado pela Rússia.
Os combates ao longo de uma faixa da linha de frente aumentaram acentuadamente na segunda-feira, segundo oficiais militares e civis ucranianos, e o governo ucraniano disse que seus militares “quebraram a primeira linha de defesa dos ocupantes perto de Kherson”. A mídia internacional independente ainda não conseguiu verificar a alegação.
+ Ucrânia diz que tem ‘ponto de virada’ na guerra e vai retomar território
Segundo o jornal americano The New York Times, um oficial de defesa dos Estados Unidos apoiou a ideia de que a Ucrânia estava aumentando sua ofensiva no sul.
“A ofensiva anunciada mostra o apetite dos ucranianos por progresso no campo de batalha”, disse a autoridade americana.
Falando sob condição de anonimato, o oficial acrescentou que o Pentágono continua cauteloso sobre se as atuais capacidades militares da Ucrânia são suficientes para obter ganhos significativos na guerra.
O sargento júnior Dmytro Pysanka, um soldado ucraniano baseado na linha de frente de Kherson, disse ao Times que “nossa ofensiva está em andamento” e “tudo está de acordo com o plano”.
+ Ucrânia sobe o tom em guerra que se arrasta há 6 meses, ainda sem solução
Os relatos de intensificação dos combates coincidiram com o anúncio na segunda-feira do diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica de que uma equipe de especialistas nucleares visitaria a Usina Nuclear de Zaporizhzhia, que fica ao norte de Kherson.
A agência vai enviar uma equipe de especialistas para inspecionar o complexo nuclear no sul da Ucrânia no final desta semana, ameaçado por bombardeios, após semanas de negociações com a Rússia. Os engenheiros mantêm a usina funcionando em meio a ataques quase diários.
Tanto a Rússia quanto a Ucrânia saudaram o anúncio da agência, mesmo enquanto repetiam as acusações de que o outro lado era o responsável pelo bombardeio.
+ ONU alerta para ‘risco muito real’ de desastre nuclear na Ucrânia
Se os inspetores viajarem pelo território ucraniano para chegar à usina, localizada ao longo do rio Dnipro, em uma parte do sul da Ucrânia controlada pelas forças russas, eles se tornarão uma das poucas missões internacionais a cruzar a linha de frente durante os seis meses de guerra.
A agência disse que sua equipe verificaria os sistemas de segurança, avaliaria os danos à planta e avaliaria as condições de trabalho da equipe. Entre as principais preocupações está que incêndios ou outros danos podem causar falhas nos sistemas de refrigeração e levar a um colapso nuclear.