Ucrânia acusa Rússia de invadir reduto que seria poupado por Putin
Ataques à usina de Azovstal, em Mariupol, são negados por russos e poderiam provocar abandono da Ucrânia nas negociações de paz

Autoridades de Kiev, capital da Ucrânia, acusam o exército russo de ter atacado neste domingo (24) a usina de Azovstal, último reduto de combatentes ucranianos na cidade portuária de Mariupol. “Estamos sofrendo baixas, a situação é crítica (…) Temos muitos homens feridos, (…) a situação está piorando rapidamente”, disse em vídeo publicado no YouTube o comandante da 36ª brigada da Marinha da Ucrânia, Serhii Volina, de sua posição na usina.
Na semana passada, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, havia ordenado o exército do país a não atacar o reduto ucraniano. Ele ordenou ao seu ministro da Defesa que bloqueasse o local ao invés de atacá-lo.
Por sua vez, Konstantin Ivaschenko, apontado pela Rússia como prefeito de Mariupol após a ocupação da cidade, negou que o ataque tenha acontecido. As informações são da agência de notícias russa Tass.
No sábado, 23, o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, afirmou em entrevista coletiva que a Ucrânia abandonará as negociações de paz se a Rússia matar os militares ucranianos entrincheirados na usina de Azovstal. Já neste domingo, a ONU solicitou um cessar-fogo em Mariupol para retirar cerca de 100 mil civis presos na cidade.
Também neste domingo, são aguardados em Kiev o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, e o secretário de Defesa do país, Lloyd Austin, para um encontro com Zelenski. Seria a visita mais importante de representantes americanos desde o início da invasão. No entanto, até às 16h de Brasília (22h de Kiev), não há informações sobre a reunião.