Trump transforma cerimônia de perdão de perus em ataque a Biden e democratas
Evento tradicional de Ação de Graças vira palco para piadas sobre rivais, críticas ao antecessor e provocações sobre indultos presidenciais
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, concedeu nesta terça-feira, 25, o tradicional indulto de Dia de Ação de Graças aos perus Gobble e Waddle, mas aproveitou para transformar a cerimônia no jardim da Casa Branca em um palco de provocações políticas. Antes de poupar as aves, o republicano ironizou líderes democratas, atacou seu antecessor, Joe Biden, e chegou a questionar a validade dos perdões presidenciais concedidos pelo rival no ano passado.
Durante o discurso no Rose Garden, Trump afirmou, em tom sarcástico, que os indultos concedidos pelo ex-presidente às aves na última cerimônia seriam ilegítimos devido ao uso de uma caneta automática. Trump disse ter conduzido uma “investigação rigorosa” que concluiu que os atos seriam “totalmente inválidos”, citando de forma caricata o FBI, a CIA e até um fictício “Departamento de Tudo”. As ironias ocorrem em meio à pressão de republicanos na Câmara, que no mês passado pediram que o Departamento de Justiça investigasse o uso do autopen — dispositivo comum na burocracia presidencial — por Biden, sob o argumento de que o democrata estaria “cognitivamente comprometido”.
Trump também zombou dos perus perdoados por Biden no ano passado, Peach e Blossom, dizendo que eles “estavam a caminho do abate” e que ele mesmo teria “interrompido” o processo. Em seguida, voltou-se aos adversários democratas no Congresso. “Quando vi as fotos dos perus deste ano, pensei em chamá-los de Chuck e Nancy”, afirmou, citando o líder democrata no Senado, Chuck Schumer, e a ex-presidente da Câmara, Nancy Pelosi. “Mas percebi que esses dois eu não perdoaria”, brincou.
O discurso ainda teve direito a encenação. Antes de conceder o indulto, Trump imitou um peru para entreter o público. “Gobble, você está oficialmente perdoado”, declarou, aproximando-se do animal. Gobble e Waddle, criados na Carolina do Norte, foram apresentados por representantes da Federação Nacional de Criadores de Peru, responsável pela tradição há décadas.
A tradicional cerimônia do perdão remonta a 1947, quando Harry Truman, então presidente dos Estados Unidos, recebeu um peru vivo na Casa Branca. Mas o gesto só se tornou um ato oficial a partir de 1989, quando George H. W. Bush formalizou o ritual. Desde então, o indulto dos perus se consolidou como um dos eventos mais midiáticos e folclóricos de Washington às vésperas do Dia de Ação de Graças, feriado tão importante quanto o Natal para os americanos.
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