Trump reage a anúncio de primeiro papa americano: ‘Honra para nosso país’
Nascido em Chicago, Prevost é o primeiro pontífice original dos EUA; presidente havia comentado que 'gostaria de ser papa' e publicou imagem de batina

Logo após o anúncio de que o cardeal americano Robert Francis Prevost foi escolhido, nesta quinta-feira, 8, após dois dias de conclave, como o novo líder da Igreja Católica e assumir o nome de Leão XIV, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reagiu à notícia e comemorou a eleição do conterrâneo. Natural de Chicago, ele é o primeiro americano da história a ocupar o Trono de Pedro.
“Parabéns ao cardeal Robert Francis Prevost, que acaba de ser nomeado papa. É uma grande honra saber que ele é o primeiro papa americano. Que emoção e que grande honra para o nosso país”, escreveu o presidente em sua rede social, a Truth. “Não vejo a hora de conhecer o papa Leão XIV. Será um momento significativo”, acrescentou.
Antes do conclave, Trump havia sido questionado se tinha preferência na escolha do novo pontífice, ao que respondeu que “gostaria de ser papa”. “Essa seria minha escolha número um”, declarou, em tom de brincadeira, mais uma na lista de falas superlativas do presidente americano.
Em seguida, afirmou que não tem preferências para o próximo chefe da Santa Sé, mas fez referência ao arcebispo de Nova York, Timothy Dolan. “Devo dizer que temos um cardeal que por acaso é de um lugar chamado Nova York, que é muito bom, então veremos o que acontece.” Nem Dolan nem Prevost constavam com frequência na lista dos favoritos – o americano mais bem cotado era Joseph Tobin, arcebispo de Newark, Nova Jersey.
Depois, causou alvoroço nas redes sociais ao publicar uma imagem gerada por inteligência artificial em que aparece vestido como papa. A imagem foi compartilhada nos perfis oficiais no Instagram — @realdonaldtrump, @POTUS e @WhiteHouse — e mostra Trump usando trajes papais, como a mitra e a cruz dourada, simulando dar uma bênção.
Quem é Prevost
Prevost, 69, nascido em Chicago, é visto como um clérigo que transcende fronteiras. Ele serviu por duas décadas no Peru, onde se tornou bispo e se naturalizou cidadão, e depois ascendeu à liderança de sua ordem religiosa internacional, a de Santo Agostinho. Antes de sua eleição como papa, ele ocupava um dos cargos mais influentes no Vaticano, como prefeito do Dicastério dos Bispos.
Enquanto grupos progressistas e conservadores na Cúria Romana debatem entre continuar a agenda inclusiva do papa Francisco ou dar um giro de volta ao tradicionalismo, Prevost aparece como uma alternativa equilibrada.
Do alto da sacada da Basílica São Pedro, ao se apresentar à multidão na praça abaixo e ao mundo pela primeira vez como Bispo de Roma, ele deu destaque a temas que eram caros a Francisco, como a necessidade da Igreja acolher a todos e todas, a urgência por sinodalidade, o que significa uma estrutura menos hierarquizada e mais inclusiva da instituição de mais de 2.000 anos, e a defesa da luta pela paz.
No entanto, os dois têm duas diferenças. Se o falecido pontífice respondeu “Quem sou eu para julgar?” quando questionado sobre fiéis gays, o cardeal Prevost expressou opiniões menos receptivas à comunidade LGBTQIA+. Em um discurso a bispos em 2012, ele lamentou que a mídia e a cultura popular ocidentais fomentassem “simpatia por crenças e práticas que estão em desacordo com o Evangelho”. Ele citou o “estilo de vida homossexual” e “famílias alternativas compostas por parceiros do mesmo sexo e seus filhos adotivos”.
E apesar de ser elogiado no Peru por apoiar imigrantes venezuelanos e visitar comunidades distantes, ele recebeu críticas por sua relação com clérigos acusados de abuso sexual. Uma mulher em Chiclayo, que afirmou ter sido vítima de dois padres quando menina (muito antes de Prevost tornar-se bispo), acusou-o de conduzir mal uma investigação e de não proibir um dos acusados de celebrar missas.