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Trump quer ‘endireitar acordos comerciais injustos´ na reunião do G7

Encontro do G7 é dominado pelo risco de guerra comercial entre os EUA e seus aliados, provocado pelas medidas protecionistas da Casa Branca

Por Da Redação
8 jun 2018, 17h08

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, desembarcou ontem no Canadá para o encontro dos líderes do G7, com a pretensão de convencer seus parceiros a “endireitar acordos injustos” firmados na área do comércio internacional. Os conflitos comerciais desencadeados pela Casa Branca será o tema dominante nesse encontro anual das economias mais industrializadas do mundo.

“Nós estamos lidando com práticas desleais de comércio. Se você olhar para o que o Canadá, o México, a União Europeia estão fazendo conosco por muitas, muitas décadas, nós temos que mudar isso. E eles compreendem que isso vai acontecer”, disse Trump.

Confrontado com a hipótese de os demais líderes do G7 se alinharem contra a proposta de “endireitar os atuais acordos”, Trump disse que “acabará com o Nafta“, o tratado de livre comércio entre os Estados Unidos, Canadá e México.

“Se formos incapazes de fechar um (novo) acordo, estaremos melhor. Agora, teremos de viver com os acordos do jeito que eles são. A União Europeia nos trata muito injustamente. Canadá, muito injustamente. Mexico, muito injustamente”, declarou, pouco antes de embarcar para o encontro do G7.

O governo americano iniciou uma potencial guerra comercial com seus principais aliados ao impor tarifas de importação sobre o alumínio e o aço, ao abortar as negociações de um acordo de livre comércio com a União Europeia e ao empurrar a renegociação do Nafta a seus dois vizinhos. A China foi alvo de medidas ainda mais contundentes.

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Trump ameaça ainda esses parceiros, em especial o México, com o aumento de tarifa de importação de veículos. Sua convicção de que os Estados Unidos são vítimas de políticas comerciais injustas está embasada no déficit americano no comércio com esses aliados.

O conflito comercial causado pela adoção das tarifas sobre as importações de aço e alumínio gerou  risco de rompimento do G7 que, durante sua história de 43 anos, funcionou como um mecanismo diplomático para evitar e resolver atritos e para fomentar o consenso sobre questões sensíveis.

Pouco interessado no multilateralismo, Trump deixará o encontro do G7 quatro horas antes de seu encerramento com a desculpa de viajar em seguida a Singapura para sua reunião com o líder norte-coreano, Kim Jong-un.

Ao sair mais cedo da cúpula no Canadá, o líder dos EUA perderá os debates sobre mudança climática e energias limpas – dois temas desprezados pela Casa Branca. Já terá partido quando o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, e outros líderes iniciarem a entrevista coletiva à imprensa, para a qual são esperadas críticas à política comercial norte-americana.

Autoridades canadenses admitiram que o clima durante o encontro do G7, em Charlevoix, estará excepcionalmente tenso. O Canadá e a União Europeia denunciaram à Organização Mundial do Comércio (OMC) as políticas de Trump por considerá-las ilegais e não descartam a aplicação de  medidas retaliatórias.

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“Haverá alguns desentendimentos sérios sobre muitas coisas”, disse uma autoridade canadense aos repórteres na noite de quinta-feira.

Na quinta-feira, o presidente da França, Emmanuel Macron, alertou Trump sobre a possibilidade de os outros seis membros do G7 formarem seu próprio grupo, acrescentando que “nenhum líder é para sempre”.

Diante do Parlamento alemão, no último dia 6, a chanceler Angela Merkel afirmou prever “discussões tensas” sobre os conflitos comerciais durante o encontro do G7. “Eu vou com boa vontade”, prometeu.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, adotou um tom mais moderado, dizendo à imprensa uma posição moderada da União Europeia ao retaliar as tarifas norte-americanas. A reação, para May, deve ser proporcional e legal.

(Com Reuters)

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