Trump prepara tropas para incursão no México contra cartéis de drogas, diz emissora
Medida faria parte de ofensiva do presidente contra organizações criminosas, mas pode complicar relação com governo mexicano de Claudia Sheinbaum
O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, iniciou o planejamento de operações militares e de inteligência em solo mexicano para perseguir cartéis de drogas, em um movimento que o próprio presidente descreveu como um “conflito armado” contra organizações de narcotráfico, segundo autoridades ouvidas pela emissora NBC nesta segunda-feira, 3. Embora o treinamento inicial de tropas do Comando de Operações Especiais Conjuntas e de agentes da CIA já tenha começado, uma implementação efetiva dos planos ainda não é iminente.
Segundo as fontes ouvidas pela NBC, o objetivo da ação não é desestabilizar o México, mas atingir diretamente laboratórios de drogas e líderes de cartéis, incluindo ataques com drones. Caso autorizadas, as missões operariam sob o chamado Título 50, que garante respaldo legal para operações secretas de inteligência.
Trump classificou cartéis mexicanos e de outros países como organizações terroristas estrangeiras e vem conduzindo uma série de ataques a embarcações suspeitas de contrabandear drogas, principalmente no Caribe e no Pacífico Ocidental. O governo americano descreve os cartéis como “grupos armados não estatais” cujas ações “constituem um ataque armado contra os Estados Unidos” e que estão envolvidos em um “conflito armado não internacional”, ou guerra contra atores não estatais.
O presidente considera o tráfico de drogas por gangues mexicanas, venezuelanas e de outros países uma ameaça à segurança nacional. Segundo ele, os métodos tradicionais de aplicação da lei (apreensão de narcóticos na fronteira, em aeroportos e no mar, além de investigações contra chefes de cartéis e seu financiamento) não têm sido suficientes para conter o problema, que mata dezenas de milhares de americanos todos os anos.
A missão no país vizinho, no entanto, representaria uma ruptura em relação a administrações anteriores, que enviavam militares e agentes apenas para apoiar a polícia e o Exército do México, sem realizar ações diretas contra os cartéis. Em comunicado à NBC, um alto funcionário do governo americano afirmou que a administração está “comprometida a adotar uma abordagem integral para enfrentar as ameaças que os cartéis representam aos cidadãos dos EUA”.
A ofensiva pode complicar a relação com o governo mexicano. A presidente Claudia Sheinbaum já declarou que não permitirá operações militares americanas unilaterais em seu território. “Os Estados Unidos não vão invadir o México. Cooperamos e colaboramos, mas não há invasão, está fora de questão”, disse. Ainda assim, autoridades americanas não descartam atuar sem coordenação completa com a Cidade do México.
Ataques na Venezuela
Desde setembro, a administração Trump vem conduzindo uma campanha militar contra embarcações suspeitas de contrabando em águas próximas à Venezuela. O Pentágono informou que 64 pessoas, incluindo membros do cartel Tren de Aragua, foram mortas em 16 ataques a 17 barcos no Caribe e no Pacífico. As autoridades não divulgaram nomes ou outros detalhes das vítimas, nem apresentaram provas que sustentem suas alegações sobre os barcos, passageiros ou cargas.
Trump afirma que as operações servem como uma mensagem aos cartéis: quem tentar contrabandear drogas para os EUA enfrentará punição letal. A campanha inclui ainda pressão política direta sobre o presidente Nicolás Maduro, acusado pelo presidente de integrar um cartel de drogas. O governo americano oferece recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à prisão do líder venezuelano.
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