Trump planeja conversa com Maduro por telefone, diz site
Sem data definida, ligação aconteceria em meio a pressão militar máxima dos EUA contra a ditadura da Venezuela
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, planeja conversar diretamente com o ditador venezuelano Nicolás Maduro por telefone, informou o portal de notícias americano Axios na noite de segunda-feira, 25. A ligação aconteceria depois do Pentágono ter designado o Cartel dos Sóis, que seria chefiado pelo líder da Venezuela, como uma organização terrorista.
Ainda não há data para o telefonema, que está “em fase de planejamento”, disse um funcionário do governo americano ao Axios. Na semana passada, após mais apelos da Venezuela, o presidente americano disse que “pode ter algumas conversas com Maduro, e veremos como isso se desenrola”.
“Vejo uma solução diplomática como muito provável”, disse um assessor presidencial ao Axios. “Donald Trump não disse isso com todas as palavras, mas ele quer que seu legado seja o de ter feito tudo o que pôde para conter o fluxo de drogas ilegais para este país.”
Organização terrorista
A decisão de Trump é um marco importante em meio à escalada de pressão contra Caracas, que viu pesado deslocamento militar para o Caribe e mais de vinte ataques a embarcações que, segundo Washington, carregam drogas. Ao menos 83 pessoas morreram nas investidas, que fazem parte do que ficou conhecido como “Operação Lança do Sul”. De acordo com fontes ouvidas pelo Axios, o plano da conversa pode ser um sinal de que ataques com mísseis ou ações militares diretas em terra não são iminentes.
“Ninguém está planejando entrar lá e atirar nele (Maduro) ou capturá-lo — neste momento. Eu não diria que nunca, mas esse não é o plano agora”, afirmou um funcionário familiarizado com as discussões. “Enquanto isso, vamos explodir barcos que transportam drogas. Vamos acabar com o tráfico de drogas.”
A intenção de uma conversa direta entre Trump e Maduro foi noticiada após o Departamento de Estado classificar, na segunda-feira 24, o Cartel dos Sóis como uma “Organização Terrorista Estrangeira”, o que dá aos Estados Unidos mais um pretexto para realizar ações militares dentro e ao redor da Venezuela. Líderes e militares venezuelanos têm sido publicamente ligados ao grupo desde 2007. Enquanto isso, o autocrata negou as acusações e afirmou que o cartel “não existe”.
Também na segunda-feira, o general Dan Caine — o cérebro militar por trás da Operação Lança do Sul — visitou Porto Rico, onde estão estacionados cerca de 10 mil soldados, marinheiros e pilotos americanos.
Queda de Maduro
Oficialmente, a Operação Lança do Sul é uma força de combate ao narcotráfico. Extraoficialmente, suas ações objetivam provocar uma mudança de regime em Caracas, segundo o Axios.
“Temos operações secretas, mas elas não são planejadas para matar Maduro. São planejadas para impedir o narcotráfico. Se Maduro cair (no meio tempo), não derramaremos uma lágrima”, disse um funcionário da Casa Branca ao portal. Ele acrescentou que o ditador venezuelano é um “narcoterrorista” e que suas promessas são “vazias”.
Parte do desafio de persuadir Maduro a deixar o país, segundo autoridades americanas, é que seus aliados — em especial os cubanos — podem executá-lo caso ele ceda à pressão americana e deixe o poder. A Venezuela também é aliada do Irã, da China e da Rússia.
Antes de lançar a Operação Lança do Sul, Trump tentou negociar com Maduro, nomeando o conselheiro Ric Grenell para atuar como um enviado amigável à Venezuela. O ditador ofereceu as riquezas de seu país a Washington, informou o jornal americano The New York Times em outubro, o que o presidente republicano disse ser um sinal de que Caracas entendeu que “não se deve mexer com os Estados Unidos”. Mas Maduro fez uma exigência: permanecer no poder – inaceitável para Trump, segundo o Axios.
Reação do governo Trump à prisão de Bolsonaro acende alerta no mercado
A reação inusitada de Regina Duarte à prisão de Jair Bolsonaro
Por que o Exército não quer Bolsonaro preso no quartel
O que Bolsonaro disse a Michelle na superintendência da PF
Desabafo de Ciro Nogueira expõe diferença entre Lula e Bolsonaro







