Trump libera apenas parte de documentos sobre morte de Kennedy
O presidente americano manteve o sigilo de alguns arquivos por segurança
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, publicou nesta quinta-feira 2.800 documentos até agora sigilosos sobre o assassinato do ex-presidente John F. Kennedy. Contudo, o líder americano decidiu adiar a divulgação de alguns arquivos “sensíveis” por questões de segurança nacional.
Segundo fontes da administração americana, CIA, FBI e outras agências de segurança dos Estados Unidos pediram para analisar o conteúdo destes documentos antes de sua publicação. Trump concordou com a revisão dos arquivos especiais, cujo conteúdo deve ser revelado em abril de 2018.
As agências temem que os arquivos revelem “a identidade de indivíduos envolvidos e os seus papéis como informantes de uma investigação de segurança e inteligência”, que ainda podem estar vivos hoje, disse um funcionário do governo sob condição de anonimato. “Frequentemente, também há dados sensíveis relacionados à identificação de atividades realizadas com o apoio de organizações estrangeiras aliadas”, acrescentou.
Arquivos divulgados
“Hoje ordeno que o véu finalmente seja levantado”, disse o presidente em um memorando presidencial, confirmando a divulgação dos documentos relativos ao assassinato de Kennedy, mantidos confidenciais pelo governo americano até agora. Trump afirmou que “o povo americano espera e merece o maior acesso possível” aos arquivos sobre esse acontecimento histórico.
O Arquivo Nacional publicou nesta quinta-feira em seu site as versões digitais dos documentos não mais confidenciais. Uma lei americana de 1992 determinou que os documentos fossem divulgados até a data de hoje, a não ser que o presidente decidisse o contrário.
A maior parte dos documentos sigilosos foi escrita pela CIA, pelo FBI e pelo Departamento de Justiça. Durante os anos, o Arquivo Nacional divulgou parte dos arquivos relacionados ao caso, mas uma lista final de escrituras ainda permanecia em sigilo.
O assassinato de 22 de novembro de 1963 deu fim ao “Camelot”, como os primeiros mil dias da presidência Kennedy ficaram conhecidos. O ex-presidente foi assassinado em 22 de novembro de 1963 em Dallas, Texas. Kennedy tinha 46 anos quando morreu e continua sendo um dos presidentes norte-americanos mais admirados.
Milhares de livros, artigos, programas de TV, filmes e documentários foram produzidos sobre o assassinato. Pesquisas mostraram que a maioria dos americanos ainda desconfia das evidências oficiais que apontam o ex-fuzileiro naval Lee Harvey Oswald como único assassino.
Apesar de sérias dúvidas sobre o inquérito oficial, de teorias que alegam que o crime organizado, Cuba ou um grupo de agentes de segurança dos EUA estavam envolvidos, os teóricos da conspiração ainda não produziram provas conclusivas de que Oswald agiu em conjunto com outra pessoa.
(Com EFE, AFP e Reuters)