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Trump encarna ‘O Aprendiz’ e demite mais funcionários, até chefe de segurança nacional

Não houve justificativa para o afastamento do general Timothy Haugh, líder da Agência de Segurança Nacional e Comando Cibernético

Por Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 4 abr 2025, 09h32

O governo de Donald Trump demitiu o chefe da Agência de Segurança Nacional e do Comando Cibernético (NSA) dos Estados Unidos, o general Timothy Haugh, na quinta-feira 4, segundo os jornais americanos The York Times e The Washington Post. A medida, que pegou autoridades de inteligência de surpresa e nasceu de um pitaco de uma influencer de extrema direita, provocou uma reação furiosa dos democratas do Congresso.

Além de Haugh, sua vice, Wendy Noble, e Maggie Dougherty, supervisora de organizações internacionais no Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, um órgão que aconselha o presidente, também foram demitidas, segundo a Reuters. Trump disse apenas que havia demitido “alguns” funcionários do conselho.

Sussurros da influencer radical

Encarnando seus tempos no reality O Aprendiz, em que tornou-se conhecido pelo bordão “you’re fired”, Trump realizou as demissões um dia após Laura Loomer, ativista de extrema direita e influencer nas redes, ter levado preocupações diretamente a ele sobre a lealdade da equipe. Durante uma conversa no Salão Oval, pediu que o presidente afastasse funcionários que ela considerava não estarem 100% comprometidos com a agenda “Make America Great Again”, afirmou a Reuters.

Até Loomer pareceu tentar levar o crédito, escrevendo no X, antigo Twitter, que o general Haugh “não tinha lugar” na administração porque ele havia sido escolhido para o cargo pelo general Mark Milley, o ex-presidente do Estado-Maior Conjunto que faz críticas veementes a Trump – tanto que recebeu do ex-presidente Joe Biden um perdão preventivo, para evitar que fosse visado pelo novo governo em processos. Haugh também foi considerado lento em eliminar programas de diversidade em sua agência, uma das medidas do governo para enxugar gastos públicos.

“Por que iríamos querer um diretor da NSA que foi encaminhado a Biden após ser selecionado a dedo por Milley?”, escreveu Loomer. “Por que iríamos querer a opção escolhida a dedo por Milley para DIRETOR da NSA? Nós não queremos! E ele foi encaminhado para demissão.”

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A influencer radical também afirmou que a vice de Haugh foi indicada ao posto por James Clapper, diretor de inteligência nacional no governo de Barack Obama e crítico de Trump. “Ela (Wendy Noble) odeia Trump”, afirmou Loomer.

Reação de choque

O senador Mark Warner, da Virgínia, e o deputado Jim Himes, de Connecticut, condenaram a demissão do general Haugh, que liderava a agência de espionagem e o comando militar. A medida pegou autoridades de inteligência desprevenidas.

Himes, o principal democrata no Comitê de Inteligência da Câmara, disse que a população americana merece uma explicação.

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“Sei que o general Haugh é um líder honesto e direto que segue a lei e coloca a segurança nacional em primeiro lugar — temo que essas sejam precisamente as qualidades que podem levar à sua demissão nesta administração”, afirmou o deputado.

O senador Warner, por sua vez, elogiou o chefe da agência de espionagem e defesa, afirmando que sua demissão não torna o país mais seguro. Ele também alfinetou a Casa Branca pelo escândalo do Signal (funcionários de alta patente não só compartilharam documentos secretos em um grupo no app, o que já poderia ser considerado uma violação da lei, mas também adicionaram um jornalista à conversa por engano). Em meio a essas ações, a demissão de um “líder apartidário e experiente” como Haugh é “espantosa”, disse Warner.

De acordo com o NYT, nem Haugh nem sua vice foram informados do motivo da remoção, apenas que “seus serviços não são mais necessários”. O tenente-general William Hartman, o vice-chefe do Comando Cibernético, deve atuar como diretor interino da NSA.

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O general Haugh andava com cautela em sua oposição às novas lideranças do Pentágono e do Conselho de Segurança Nacional, que prometeram operações cibernéticas agressivas contra a China.

Ele não é o primeiro funcionário da área de segurança a ser removido. Também foram demitidos o presidente do Estado-Maior Conjunto, general Charles Brown Jr.; a chefe de operações navais, almirante Lisa Franchetti; e a comandante da Guarda Costeira, almirante Linda Fagan.

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