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Trump e Netanyahu se reúnem nesta terça para discutir cessar-fogo e libertação de reféns 

Mais cedo, porta-voz Hamas afirmou que negociações sobre segunda fase do acordo de cessar-fogo em Gaza começaram

Por Da Redação
4 fev 2025, 12h26

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebe nesta terça-feira, 4, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em uma aguardada reunião na qual devem discutir o acordo de cessar-fogo em vigor em Gaza e um compromisso de libertar todos os reféns israelenses, disse um funcionário do governo americano à emissora CNN.

“Infelizmente, nos últimos quatro anos, vimos uma deterioração nas relações EUA-Israel. Agora, com a liderança do presidente Trump, nossa parceria histórica está melhorando muito rapidamente. Após os ataques terroristas de 7 de outubro, Israel fez o que precisava fazer para proteger seus cidadãos”, disse o membro do governo.

A visita inclui uma reunião bilateral individual entre Trump e Netanyahu, além de uma reunião expandida com membros dos dois governos.

O encontro se dá em meio ao frágil cessar-fogo entre Israel e o grupo militante palestino Hamas, em vigor desde 19 de janeiro, e à libertação gradual de reféns israelenses mantidos em Gaza desde os ataques do Hamas em outubro de 2023, que mataram 1.200 israelenses. Israel respondeu com uma ofensiva total durante os 15 meses seguidos e autoridades da Saúde de Gaza afirmam que mais de 47.000 palestinos morreram — crianças e mulheres representam metade do número.

+ Hamas diz que negociações da segunda fase do cessar-fogo com Israel começaram

Embora Netanyahu seja alvo de um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional por crimes de guerra e crimes contra a humanidade, os Estados Unidos não são parte do Estatuto de Roma, que fundou a corte, assim como Israel.

Na semana passada,Trump sugeriu que Jordânia e Egito recebessem palestinos da Faixa de Gaza como forma de “limpar tudo” após o acordo de cessar-fogo. A Jordânia e o Egito rejeitam a ideia, dizendo que Gaza é parte do território que os palestinos reivindicam para o futuro de seu Estado. A proposta também foi rejeitada por autoridades do Hamas, que reiteraram ser contra qualquer plano que exija o deslocamento permanente da população palestina.

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“É literalmente um local de demolição. Quase tudo foi destruído, e as pessoas estão morrendo lá. Prefiro colaborar com algumas nações árabes para construir moradias em outro lugar onde elas possam viver em paz, pelo menos por um tempo”, disse Trump. “Estamos falando de um milhão e meio de pessoas, e simplesmente limparíamos tudo aquilo”.

Segunda fase

Mais cedo, nesta terça-feira, um porta-voz Hamas afirmou que negociações sobre a segunda fase do acordo de cessar-fogo em Gaza começaram.

“As negociações da segunda fase começaram. Estamos focados em abrigo, alívio e reconstrução para nosso povo em Gaza”, disse Abdel Latif al-Qanoua, que acusou Israel de “atrasar a implementação de protocolos humanitários no acordo de cessar-fogo e atrasar sua execução”.

Sob o acordo, 600 caminhões de ajuda — 50  deles transportando combustível — devem ser autorizados a entrar em Gaza todos os dias. Esse número foi atingido ou excedido nos três primeiros dias do cessar-fogo.

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O cessar-fogo entre Israel e o Hamas entrou em vigor em 19 de janeiro, inaugurando a primeira pausa no conflito em mais de 15 meses, sob a previsão de três etapas. Apesar da intensa mediação de países parceiros, a complexidade e a fragilidade do acordo são altas, o que significa que qualquer pequeno incidente pode crescer e ameaçar acabar com o pacto.

Sob a primeira fase do acordo, com previsão de duração de 42 dias, o Hamas concordou em libertar 33 reféns, entre eles crianças, mulheres — incluindo militares — e pessoas com mais de 50 anos. Em troca, Israel libertaria 50 prisioneiros palestinos para cada mulher das Forças Armadas de seu país, e 30 para os demais reféns.

Na segunda fase, o objetivo é que um cessar-fogo permanente seja alcançado, os reféns vivos que ainda estão em Gaza sejam trocados por palestinos presos por Israel e forças israelenses façam uma retirada completa da área.

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Já  na fase final, o acordo prevê o retorno dos corpos dos reféns mortos e a reconstrução de Gaza, que deve demorar anos.

Bombardeios israelenses constantes, que começaram assim que o Hamas invadiu comunidades no sul de Israel em 7 de outubro de 2023, arrasaram quase por completo o enclave palestino. Estimativas das Nações Unidas apontam que 69% das estruturas em Gazaforam danificadas ou destruídas, incluindo mais de 245 mil residências.

O Banco Mundial calculou que os prejuízos ultrapassam os 18,5 bilhões de dólares (cerca de 111 bilhões de reais) — quase a produção econômica da Cisjordânia e de Gaza juntas em 2022 — apenas nos primeiros quatro meses da guerra.

De acordo com avaliações das Nações Unidas, serão necessários dezenas de anos para reconstruir as casas destruídas em Gaza. Só a remoção das mais de 50 milhões de toneladas de escombros pode levar 14 anos e custar 1,2 bilhões de dólares (cerca de 7,2 bilhões de reais). O processo é agravado ainda pela presença de munições não detonadas e outros materiais nocivos sob os destroços, além de restos mortais das vítimas de bombas.

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