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Trump é investigado por suspeita de espionagem, aponta mandado de busca

Operação em mansão do ex-presidente apreendeu documentos, fotos e anotações marcados como sigilosos

Por Da Redação 12 ago 2022, 18h16

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está sendo investigado pelo Departamento Federal de Investigação (FBI) por possíveis crimes de espionagem, obstrução de justiça e destruição de documentos do governo. Em operação realizada em sua casa na Flórida na última segunda-feira, 8, foram apreendidos 20 caixas contendo 11 conjuntos de documentos, fotos e anotações marcados como sigilosos. 

A confirmação foi dada pelo Departamento de Justiça americano nesta sexta-feira, 12, ao mesmo tempo em que divulgou que há motivos que levam a acreditar que ele violou a Lei de Espionagem. As revelações vieram à tona quatro dias depois que agentes do FBI realizaram uma busca na mansão do republicano, após aprovação de um juiz federal.

+ Os sete casos que podem levar Trump à cadeia

Alguns dos documentos apreendidos, que incluíam informações sobre o “Presidente da França”, tinham o nível Top Secret, que é o mais alto nível de classificação para as informações de segurança nacional mais sensíveis do país. Por conta disso, eles precisam ser mantidos em instalações especiais, uma vez que sua divulgação pode causar sérios danos ao governo americano. 

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Atualmente há várias leis nacionais, inclusive a Lei de Espionagem, que impedem o uso incorreto desse tipo de material e o próprio Trump aumentou as penas para esse tipo de crime enquanto estava no cargo, que podem chegar a até cinco anos de prisão. 

Também nesta sexta, o ex-presidente utilizou as redes sociais para desmentir uma reportagem do jornal The Washington Post, que dizia que os materiais apreendidos estavam relacionados a armas nucleares.

Na reportagem, o Post não especificou que tipo de documentos eram esses – ou se eles se referiam ao arsenal dos Estados Unidos ou de outro país.

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A reportagem veio horas depois que o secretário de Justiça americano, Merrick Garland, disse que autorizou pessoalmente o pedido do governo de um mandado de busca e revelou que o Departamento de Justiça havia pedido o mandado a um tribunal da Flórida, observando que o próprio Trump havia comunicado a invasão ao público.

A presença suspeita de documentos de armas nucleares em Mar-a-Lago, como a mansão de Trump na Flórida é conhecida, poderia explicar por que Garland tomou a decisão sem precedentes de ordenar a entrada de agentes do FBI na casa de um ex-presidente, já que recuperá-los seria visto como uma prioridade de segurança nacional.

O arsenal nuclear americano foi alvo particular de interesse do republicano enquanto estava na Casa Branca e houve episódios em que ele se gabou de estar a par de informações altamente secretas. Em 2017, ele disse aos líderes militares americanos que queria um arsenal comparável ao pico da Guerra Fria, exigindo um aumento de dez vezes, demanda que supostamente levou o então secretário de Estado, Rex Tillerson, a descrevê-lo como um “maldito idiota”. Trump ameaçou destruir tanto a Coreia do Norte quanto o Afeganistão com as armas.

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Em seu livro sobre a presidência de Trump, “Rage“, Bob Woodward escreveu que o ex-presidente disse a ele: “Temos coisas que você nem viu ou ouviu falar. Temos coisas que [o presidente da Rússia, Vladmir] Putin e Xi [Jinping, presidente da China] nunca ouviram falar antes. Não há ninguém – o que temos é incrível.”

Woodward disse que, mais tarde, foi informado de que os Estados Unidos realmente tinham um novo sistema de armas não especificado, e as autoridades ficaram “surpresas” que Trump havia divulgado o fato.

+ Secretário de Justiça pede fim de sigilo de operação do FBI contra Trump

Na quinta-feira, Garland, o secretário de Justiça, também pediu o fim do sigilo da operação de busca por conta do “interesse público”. Até então, apenas Trump havia confirmado a ida de agentes ao seu resort na Flórida.

Em documento, Garland afirmou que agentes foram investigar se o ex-presidente removeu ilegalmente registros da Casa Branca ao deixar o cargo, em janeiro de 2021.

A respeito da retirada de sigilo, a equipe de Garland deu entrada em um pedido para derrubá-lo, assim como a lista de itens recolhidos da casa do ex-presidente, em meio a críticas generalizadas sobre o ineditismo da operação, à medida que foi a primeira contra um ex-ocupante da Casa Branca. A solicitação não inclui os documentos apresentados para solicitar a operação.

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O caso chegou ao Departamento de Justiça após análise do comitê da Câmara dos Deputados que investigou se ele teria violado a Lei de Registros Presidenciais após caixas de documentos da Casa Branca serem descobertas em sua residência na Flórida e surgirem relatos de que ele destruiu registros enquanto estava no cargo.

+ FBI buscava documentos sobre armas nucleares na casa de Trump

Além disso, na própria segunda-feira, o portal de notícias Axios revelou fotos de duas supostas ocasiões em que o ex-presidente teria jogado documentos oficiais em um vaso sanitário. Nas imagens, não está claro o conteúdo dos manuscritos, mas, de acordo com o jornal, eles teriam sido escritos com a caligrafia de Trump em marcador preto.

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