Trump diz que Irã e Israel violaram cessar-fogo, mas insiste que trégua está em vigor
Países trocaram acusações de desrespeitarem termos da trégua anunciada pelo presidente dos EUA, com lançamento de mísseis após o prazo máximo
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Atualizado em 24 jun 2025, 08h44 - Publicado em 24 jun 2025, 08h10
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira, 24, que tanto Israel quanto o Irã violaram os termos do cessar-fogo que ele havia anunciado na véspera, com ataques após o prazo final para cessar as hostilidades – 7h00 locais.
Conversando com repórteres na Casa Branca antes de partir para a cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), em Haia, ele expressou decepção com a continuidade das hostilidades.
“Eles (os iranianos) violaram, mas Israel também violou”, disse Trump. “Não estou feliz com Israel”, acrescentou, dizendo que o Exército israelense “descarregou” bombas “logo após concordar com o acordo”.
Em relação a Teerã , o presidente americano afirmou que a capacidade nuclear do país acabou e que jamais conseguiria reconstruir seu programa nuclear.
“Temos dois países que lutam tanto e por tanto tempo que não sabem o que estão fazendo”, disse Trump, furioso, sobre as nações do Oriente Médio que entraram em conflito em 13 de junho.
O presidente afirmou não acreditar que o cessar-fogo tenha ido por água abaixo. Mas expressou particular insatisfação com Tel Aviv, que, segundo ele, violou rapidamente a trégua.
“Israel, assim que fechamos o acordo, eles saíram e lançaram uma carga de bombas, como nunca vi antes. A maior carga que já vimos”, disse ele. “Preciso acalmar Israel agora”.
“Não estou satisfeito com Israel. Sabe, quando eu digo ‘OK, agora você tem 12 horas’, você não sai na primeira hora, simplesmente larga tudo o que tem, então não estou satisfeito com eles. Também não estou satisfeito com o Irã”, completou.
Pouco depois das declarações, ele lançou um alerta aos israelenses para não lançarem mais bombas contra o território iraniano.
“ISRAEL. NÃO LANÇEM ESSAS BOMBAS. SE O FIZEREM, É UMA GRAVE VIOLAÇÃO. TRAGAM SEUS PILOTOS PARA CASA, JÁ! DONALD J. TRUMP, PRESIDENTE DOS ESTADOS UNIDOS”, escreveu ele em publicação na Truth Social.
Em um post seguinte, Trump insistiu que o cessar-fogo está “em vigor”.
“ISRAEL não vai atacar o Irã. Todos os aviões darão meia-volta e voltarão para casa, enquanto fazem um “Aceno de Avião” amigável para o Irã. Ninguém se machucará, o cessar-fogo está em vigor! Agradecemos a sua atenção!”, escreveu.
Troca de acusações
O porta-voz do quartel-general militar central do Irã, Khatam al-Anbiya, afirmou nesta terça-feira que Israel atacou o país em três etapas até as 9h locais (3h30 em Brasília). A TV estatal iraniana informou anteriormente que um cessar-fogo entraria em vigor a partir das 7h30 locais, e as Forças Armadas do país acusaram Israel de lançar ataques após esse horário.
Mais cedo, o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, havia acusado Teerã de ter violado a trégua e ordenou que os militares israelenses voltassem atacar o país inimigo em resposta ao que ele disse serem mísseis disparados pelo Irã em direção a Israel. Já o Estado-Maior das Forças Armadas iraniano negou qualquer lançamento de mísseis nas últimas horas, informou o jornal local Nour News.
“À luz da flagrante violação do cessar-fogo declarado pelo Presidente dos Estados Unidos pelo Irã — por meio do lançamento de mísseis contra Israel — e de acordo com a política do governo israelense de responder vigorosamente a qualquer violação, instruí as IDF (Forças de Defesa de Israel)… a continuar as operações de alta intensidade visando ativos do regime e infraestrutura terrorista em Teerã”, afirmou o ministro.
Os supostos acontecimentos levantam dúvidas sobre a eficiência do cessar-fogo anunciado por Trump. Horas antes, ele postou na Truth Social: “O cessar-fogo está em vigor. Por favor, não o viole”. Israel e Irã confirmaram que haviam aceitado a trégua.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que seu país atingiu os objetivos estabelecidos ao lançar seu ataque surpresa ao Irã em 13 de junho para destruir seu programa nuclear e suas capacidades de mísseis.
“Israel agradece ao presidente Trump e aos Estados Unidos por seu apoio à defesa e sua participação na eliminação da ameaça nuclear iraniana”, afirmou.
Já o Irã se defendeu ressaltando que seu programa nuclear é exclusivamente para fins pacíficos e nega tentar desenvolver armas nucleares. O Conselho Supremo de Segurança Nacional disse que seus militares forçaram Israel a “aceitar unilateralmente a derrota e aceitar um cessar-fogo”.
As forças do Irã “manterão as mãos no gatilho” para responder a “qualquer ato de agressão do inimigo”, disse.
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