Trump diz que EUA se reunirão com Irã na ‘próxima semana’ para discutir acordo nuclear
Presidente dos Estados Unidos, no entanto, afirmou que não acha que o tratado seja 'tão necessário'

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira, 25, que o governo americano participará de uma reunião com o Irã na “próxima semana” para discutir um acordo nuclear, embora tenha dito que não acha que o tratado seja “tão necessário”. A declaração ocorre após o porta-voz Ministério das Relações Exteriores iraniano, Esmail Baghaei, afirmar que as instalações nucleares do país foram “gravemente danificadas” após “repetidos ataques” de Israel e dos EUA.
“Vamos conversar com eles na próxima semana, com o Irã. Podemos assinar um acordo, não sei. Para mim, não acho que seja tão necessário. Quer dizer, eles tiveram uma guerra, lutaram, agora estão voltando para o mundo deles. Não me importa se tenho um acordo ou não”, disse Trump ao final da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em Haia.
“Não queremos energia nuclear, mas destruímos a energia nuclear. Em outras palavras, ela está destruída. Eu disse: ‘O Irã não terá energia nuclear’. Bem, nós a destruímos. Ela foi destruída para o inferno, então não tenho uma opinião muito forte sobre isso. Se tivéssemos um documento, não seria ruim. Vamos nos reunir com eles”, acrescentou ele.
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Críticas do Irã
Antes dos comentários de Trump, o porta-voz iraniano informou que a Organização de Energia Atômica do Irã avalia os três locais atingidos, Fordow, Natanz e Isfahan. Baghaei também aumentou as críticas ao governo americano, afirmando que os EUA “torpedearam a diplomacia”. Ele argumentou que “enquanto eles (Estados Unidos) falavam sobre diplomacia, deram sinal verde para os israelenses atacarem o Irã”.
Baghaei indicou, então, que não havia como manter “qualquer confiança” na Casa Branca depois dos bombardeios no fim de semana. Ele, no entanto, destacou que Teerã acredita que a “a diplomacia nunca acaba”, mas que precisaria de garantias para mostrar que Washington está “realmente falando sério” em negociações diplomáticas. Baghaei disse que a população tem “sofrido muito” com a guerra, iniciada há quase duas semanas, e que o Irã aceitou o cessar-fogo após ser abordado pelo Catar, país pelo qual tem “alto respeito”.
“Nosso povo foi massacrado pela agressão de Israel, Isso são crimes de guerra, crimes contra a humanidade, e eles (Israel) precisam ser responsabilizados”, afirmou ele. “Mas a questão é que nosso povo mostrou que é resoluto na defesa da segurança e soberania nacional.”
O Irã confirmou nesta quarta-feira que o major-general Ali Shadmani, que serviu como comandante do Quartel-General Central de Khatam al-Anbiya, morreu em decorrência de ferimentos causados pelos ataques israelenses. Shadmani assumiu o cargo em 13 de junho, data que marcou o início da guerra entre Teerã e Tel Aviv.