Trump diz estar ‘revoltado’ com Putin em meio a morde e assopra no cessar-fogo da Ucrânia
Presidente dos EUA muda postura e ameaça impor tarifas de 25% a 50% aos países que compram petróleo russo
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31 mar 2025, 08h34
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na noite de domingo 30 estar “muito bravo” e “revoltado” com a abordagem de seu homólogo russo, Vladimir Putin, ao cessar-fogo na Ucrânia. Os comentários, que ocorreram após uma série de exigências do Kremlin para aderir à trégua enquanto continua os ataques em território ucraniano, marcam uma grande mudança na postura do republicano em relação ao líder da Rússia.
Trump também criticou os questionamentos de Putin à credibilidade do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, apesar dele mesmo tê-lo chamado anteriormente de “ditador” devido à ausência de eleições. O mandato de Zelensky expirou no ano passado, mas não houve novo pleito porque o país está sob lei marcial (estado de guerra).
O presidente russo sugeriu recentemente que as Nações Unidas deveriam assumir a tutela da Ucrânia até que o país escolhesse um novo líder, dizendo que Zelensky — eleito democraticamente em 2019 — não tem legitimidade para assinar um acordo de paz. Além disso, concordou apenas com dois acordos limitados de cessar-fogo no Mar Negro e em ataques aéreos, recheados de condições, os quais não começou a implementar.
Ameaças tarifárias
O chefe da Casa Branca, que tem feito manobras arriscadas e se aproximado de Putin para pressionar Kiev e Moscou a concordarem rapidamente com um acordo de cessar-fogo, também indicou que pretende impor uma tarifa de 25% a 50% contra países que compram petróleo russo.
“Se a Rússia e eu não conseguirmos fazer um acordo para parar o derramamento de sangue na Ucrânia, e se eu achar que foi culpa da Rússia, o que pode não ser, mas se eu achar que foi culpa da Rússia, vou colocar tarifas secundárias sobre o petróleo, sobre todo o petróleo que sai da Rússia”, disse Trump em uma entrevista por telefone à emissora NBC News.
“Se você comprar petróleo da Rússia, não poderá fazer negócios nos Estados Unidos. Haverá uma tarifa de 25% sobre todo sobre todo o petróleo, uma tarifa de 25 a 50 pontos sobre todo o petróleo”, completou.
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Ele também afirmou que ficou “muito bravo, revoltado” quando Putin “começou a mexer na credibilidade de Zelensky, porque isso não está indo para o lugar certo”. O presidente dos Estados Unidos indicou particular discordância com a postura do líder russo porque a escolha de uma nova liderança “significa que não teremos um acordo por um longo tempo”.
Em aparente resposta aos comentários de Trump, Zelensky declarou no domingo que Putin “não se importa com diplomacia”, acrescentando que os ataques contra seu país continuam apesar do cessar-fogo proposto e mediado por Washington.
“Há várias semanas, há uma proposta dos Estados Unidos para um cessar-fogo incondicional. E quase todos os dias, em resposta a essa proposta, há drones russos, bombas, bombardeios de artilharia e ataques balísticos. A Rússia merece a maior pressão possível – todas as medidas duras que podem quebrar sua capacidade de travar guerra e sustentar o sistema que não quer nada além de guerra”, afirmou Zelensky.
Ataques contínuos
A Rússia bombardeou a cidade de Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, pela segunda noite consecutiva, ferindo duas pessoas, provocando incêndios e danificando um jardim de infância e casas, disseram autoridades ucranianas na manhã desta segunda-feira, 31. Os ataques duraram a maior parte da noite, segundo o prefeito de Kharkiv, Ihor Terekhov. No domingo, Zelensky afirmou que Moscou havia disparado mais de 1.000 drones na semana passada.
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De acordo com a força aérea ucraniana, a Rússia lançou 131 drones e dois mísseis balísticos durante ataques noturnos, 57 dos quais foram abatidos. Outros 45 drones não atingiram seus alvos, provavelmente devido a contramedidas eletrônicas. Os militares não especificaram o que aconteceu com os 29 drones restantes.
As unidades de defesa aérea da Rússia, por sua vez, disseram ter interceptado 66 drones ucranianos durante a noite, disse o Ministério da Defesa do país nesta manhã. Do total, 41 dos drones foram destruídos sobre a região de Bryansk, 24 sobre a região de Kaluga e um sobre a região de Kursk. Não houve registros de vítimas.
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