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Trump diz acreditar que jornalista saudita está morto

Presidente americano alerta Arábia Saudita, aliada dos EUA no Oriente Médio, para 'consequências severas'

Por Da Redação
18 out 2018, 19h37

Depois de suas várias tentativas de eximir a Arábia Saudita de envolvimento no sumiço de Jamal Khashoggi, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta  quinta-feira (18) acreditar que o jornalista esteja morto e alertou que haverá consequências “muito severas” se o governo saudita for o responsável.

Em breve entrevista ao jornal The New York Times, Trump mostrou-se confiante nos relatórios de agências de inteligência de vários países, que apontam a responsabilidade de altas autoridades sauditas no episódio. Khashoggi era crítico do regime da Arábia Saudita, havia se exilado nos Estados Unidos e buscara no dia de seu desaparecimento, no Consulado saudita em Istambul, na Turquia, os papéis para casar-se. Não deixou o local vivo, como já constataram os investigadores turcos.

“Certamente, parece isso para mim. É muito triste”, disse Trump sobre a morte de Khashoggi em outro momento, quando estava para embarcar para uma viagem ao estado de Montana. “É um caso muito ruim, mas veremos o que acontece”, completou.

Segundo o Times, Trump não chegou a responsabilizar o príncipe-herdeiro saudita, Mohammed bin Salman. Mas as alegações de que Salman teria ordenado a morte de Khashoggi impõem questões graves para a relação Washington-Riad e geram uma inevitável crise diplomática com um grande aliado americano no Oriente Médio.

“Este (episódio) capturou a imaginação do mundo, infelizmente. Isso não é positivo”, afirmou. “A menos que aconteça o milagre dos milagres, eu reconheceria que ele está morto. Isso está embasado em todo (material de) inteligência de chegam de todos os lados”, completou.

As declarações de Trump para o Times, em especial, dão a entender que a Casa Branca prepara-se para tomar medidas severas contra a Arábia Saudita, mesmo sendo esse país um dos maiores fornecedores de petróleo para os Estados Unidos, um dos maiores investidores na América e um dos seus principais aliados militares no Oriente Médio. Khashoggi, afinal, estava abrigado pelos Estados Unidos.

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“Eles têm sido um aliado muito bom e compraram quantidades enormes de várias coisas e investiram no nosso país, o que eu agradeço”, lamentou.

As represálias que podem ser adotadas, em caso de confirmação dessas suspeitas, ainda não foram mencionadas. Nesta quinta-feira, o secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin, cancelou sua participação em uma conferência econômica em Riad, na próxima semana, em sinal da irritação de  Washington contra a Arábia Saudita.

 

 

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