Relâmpago: Digital Completo a partir R$ 5,99

Trump define judeu como nacionalidade e não mais como grupo religioso

Decreto do presidente americano é questionado por tratar críticas como expressões de antissemitismo e promover a censura

Por Da Redação
Atualizado em 12 dez 2019, 17h54 - Publicado em 12 dez 2019, 17h25

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou na quarta-feira 11 uma “ordem executiva” que define os judeus como uma nacionalidade, não apenas um grupo religioso.  O decreto para o Combate ao Antissemitismo, como foi batizado, foi imediatamente criticado por ativistas e pela imprensa americana por limitar a liberdade de expressão no ensino superior e por classificar qualquer crítica ao estado de Israel como antissemitismo.

O documento foi assinado durante o Hanukkah, um feriado da religião judaica. Ao redefinir o povo judeu como uma nacionalidade, o protege com base na Lei dos Direitos Civis, de 1964, a mesma que garantiu aos afro-americanos o direito ao voto e o fim da segregação. “A discriminação contra judeus pode dar origem a uma violação do Título VI [da Lei dos Direitos Civis] quando a discriminação for baseada na raça, cor ou origem nacional de um indivíduo”, diz o texto.

O Título VI se refere à “proibição de discriminação baseada na raça, cor ou origem nacional em programas ou atividades que recebam financiamento federal”. No decreto, Trump cita apenas “escolas, universidades e campi universitários” como ambientes onde ocorrem incidentes antissemitas.

O decreto adota a definição de “antissemitismo” concebida em 2016 pela Aliança Internacional para Recordação do Holocausto (IHRA), uma organização sediada em Berlim, na Alemanha, e composta por 34 países, dentre eles os Estados Unidos e Israel — o Brasil não é membro.

Dentre as ações consideradas “antissemitas” pela IHRA em seu site oficial estão: “afirmar que a existência do Estado de Israel é um esforço racista” e “comparar a política israelense contemporânea ao nazismo”.

Continua após a publicidade

Com o decreto, o Executivo americano poderá cortar fundos federais destinados a universidades que não impeçam a campanha contra Israel. “Estarei sempre do lado do nosso apreciado amigo e aliado Estado de Israel”, declarou o presidente republicano durante reunião na Casa Branca.

Nem todos pensam como TRump. “É um bode expiatório para os judeus, especialmente neste momento político, em que ele está armando a identidade judaica para dois propósitos: censurar as críticas dos estudantes a Israel e o sionismo e usar a comunidade judaica e o anti-semitismo que sofre como amortecedor de algum tipo. “, disse Raphael Eissa, membro do grupo ativista Estudantes Nacionais pela Justiça na Palestina, à emissora Al Jazeera.

(Com AFP)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 5,99/mês
DIA DAS MÃES

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada revista sai por menos de R$ 9)
A partir de 35,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.