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Trump comemora papa americano, mas Leão XIV já alfinetou seu vice nas redes sociais

Embora estejam conectados pela terra natal, o presidente dos EUA e o pontífice estão desalinhados nos temas de imigração e visão de mundo

Por Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 8 Maio 2025, 16h15 - Publicado em 8 Maio 2025, 16h03

Logo após o anúncio de que o cardeal americano Robert Francis Prevost foi escolhido, nesta quinta-feira, 8, após dois dias de conclave, como o novo líder da Igreja Católica e assumir o nome de Leão XIV, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comemorou a eleição do conterrâneo e disse que “não vê a hora” de conhecê-lo. Natural de Chicago, ele é o primeiro americano da história a ocupar o Trono de Pedro.

No entanto, as coincidências entre os dois param por aí.

Enquanto escalava a hierarquia do Vaticano, Prevost passou anos amplificando por meio das redes sociais uma série de críticas às políticas do presidente Trump — em particular, a agenda de imigração do republicano.

Leão XIV compartilhou ou retuitou as opiniões de colegas usando sua conta oficial no X, antigo Twitter, @drprevost. Sua última publicação na plataforma antes de ser eleito pelo conclave na Capela Sistina foi uma republicação de um post do comentarista católico Rocco Palmo, radicado na Filadélfia, que em 14 de abril criticou a parceria de Trump com o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, na deportação de imigrantes ilegais.

“Enquanto Trump e Bukele usam o Oval para a deportação ilícita de um residente americano pelo governo federal… antes um salvadorenho sem documentos, o agora bispo auxiliar de Washington, D.C., Evelio (Menjivar), pergunta: ‘Você não vê o sofrimento? Sua consciência não está perturbada? Como você consegue ficar quieto?’”, diz a mensagem de Rocco reproduzida pelo então cardeal Prevost.

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Anteriormente, em 3 de fevereiro, ele compartilhou no X um link para o título de um artigo do veículo católico National Catholic Reporter: “J.D. Vance está errado: Jesus não nos pede para classificar nosso amor pelos outros”. O artigo sobre o vice-presidente dos Estados Unidos envolvia uma briga recente entre ele e o falecido papa Francisco, que posicionou-se contra as políticas imigratórias pregadas por Trump.

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Vance fez uma defesa às deportações com base na religião – católico recém-convertido, ele defendeu a repressão imigratória citando um conceito teológico católico antigo conhecido como “ordo amoris”, ou “ordem do amor”, para sugerir que os católicos devem dar prioridade aos que não são imigrantes.

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“O que é construído com base na força, e não na verdade sobre a igual dignidade de todo ser humano, começa mal e terminará mal”, disse Francisco em carta aberta enviada a bispos dos Estados Unidos. Ele acrescentou que “a verdadeira ‘ordo amoris’ que deve ser promovida (…) meditando sobre o amor que constrói uma fraternidade aberta a todos, sem exceção”.

Leão XIV foi líder máximo de sua ordem religiosa, a de Santo Agostinho, que opera em cinquenta países e tem como foco a vida em comunidade e a igualdade entre seus membros. Também passou duas décadas no Peru, onde se tornou bispo e se naturalizou cidadão, trabalhando com o apoio a imigrantes venezuelanos – há uma diáspora de mais de 7 milhões, a maioria deles em países da América Latina – e fazendo questão de visitar comunidades distantes e empobrecidas.

Apesar de tudo, Vance parabenizou o novo papa em uma publicação no X.

“Parabéns a Leão XIV, o primeiro papa americano, por sua eleição! Tenho certeza de que milhões de católicos americanos e outros cristãos rezarão por seu trabalho bem-sucedido à frente da Igreja. Que Deus o abençoe!”, escreveu o vice americano. Águas passadas? A ver.

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