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Trump chama Maduro de marionete de Cuba e insta militares a apoiar Guaidó

Ajuda humanitária dos EUA continua bloqueada na Colômbia por ordem de Caracas; americano conversa com oposicionista por videoconferência

Por Da Redação
Atualizado em 18 fev 2019, 21h50 - Publicado em 18 fev 2019, 21h44

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, classificou o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, como “marionete de Cuba” em discurso sobre a situação do país sul-americano nesta segunda-feira, 18. Em Miami, onde se pronunciou, advertiu os militares venezuelanos a aceitarem a anistia oferecida pelo líder oposicionista Juan Guaidó. Caso contrário, ameaçou, “perderão tudo”.

“Hoje tenho uma mensagem para todos os funcionários [públicos] que estão ajudando a manter Maduro no cargo. Os olhos do mundo estão sobre vocês”, disse Trump, em encontro com a comunidade venezuelana. “Podem escolher entre aceitar a generosa oferta de anistia do presidente Guaidó e viver sua vida em paz com suas famílias e seus compatriotas ou podem eleger o segundo caminho: continuar apoiando  Maduro. Se elegerem este caminho, não encontrarão um refúgio, não haverá uma saída fácil. Perderão tudo”.

O governo de Trump foi o primeiro a reconhecer Guaidó como presidente interino da Venezuela em 23 de janeiro, 13 dias depois de Maduro ter tomado posse a seu terceiro mandato, considerado ilegítimo pelos Estados Unidos. cerca de 50 países acompanharam a decisão americana, entre os quais o Brasil.

Durante mais de meia hora, Trump focou seu discurso no apoio ao ingresso de ajuda humanitária para os venezuelanos e na crítica às políticas de Maduro que destruíram a economia do país. Segundo as nações unidas, mais de 3 milhões de venezuelanos emigraram desde 2015. Os que se mantém no país estão sujeitos a uma hiperinflação de 10.000.000% neste ano, ao desemprego e ao desabastecimento de produtos básicos.

Os embarques da ajuda dos Estados Unidos estão armazenados há quase uma semana em Cúcuta, na Colômbia. Maduro mantém militares na ponte fronteiriça e o acesso bloqueado por um caminhão-pipa e contêineres. Entre os produtos estavam rações alimentares para mulheres grávidas e crianças. Trump lamentou a resistência do líder venezuelano. “Eram pacotes de ajuda para as crianças”, disse.

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Em sua exposição, Trump declarou que o governo venezuelano é controlado por Havana, que cobra pela sua atuação no país. Insistiu ainda que o país “tem de aceitar o presidente Guaidó” como seu presidente até a posse de um novo eleito.

Cuba é quem controla a Venezuela, não Maduro, mas não vão poder continuar pagando a Cuba, isto tem que mudar rápido”.

Trump alinhou Cuba, Nicarágua e Venezuela como países autocráticos, onde os seus governos “decidem quando se nasce e quando se morre”. Os países são denominados como “eixo do mal” pelo seu assessor de Segurança Nacional, John Bolton.

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No seu discurso, Trump apresentou Aminta, mãe do policial insurgente venezuelano Óscar Pérez, e lhe cedeu o microfone por alguns minutos. Ela descreveu que seu filho morreu em um confronto armado com forças militares governamentais em janeiro de 2018, na Venezuela, e pediu “justiça e ajuda humanitária”. “Devemos continuar com o legado de Óscar até ver a Venezuela livre e poder retornar”.

Invasão

Antes do discurso, Guaidó falou com Trump por videoconferência. Agradeceu por sua ajuda para “conquistar a liberdade” e afirmou que é preciso aproveitar o momento atual para alcançar esse objetivo. “A Venezuela se debate entre a democracia e a ditadura, entre a vida e a morte”, disse Guaidó, de Caracas.

Cerca de 300 pessoas presentes aclamaram Trump no evento na Universidade Internacional da Flórida, em Miami. No domingo, o senador Marco Rubio, da Flórida, visitou a fronteira da Colômbia com a Venezuela e inspecionou as cargas de ajuda humanitária armazenadas em Cúcuta.

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Questionado pela imprensa sobre uma possível intervenção militar americana na Venezuela, Rubio dissera que “se os Estados Unidos agirem militarmente em qualquer parte do mundo, vocês saberão”. “Mas, aqui, a única invasão que se pediu é uma invasão de comida e remédios”, acrescentou, em espanhol. “A única invasão ocorrida na Venezuela é a invasão cubana”.

(Com EFE e AFP)

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