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Em nova gafe, Trump elogia inglês do presidente da Libéria, que tem idioma como língua oficial

País foi fundado pela Sociedade Americana de Colonização (ACS, na sigla em inglês) em 1822

Por Paula Freitas Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 10 jul 2025, 08h54 - Publicado em 10 jul 2025, 08h49

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, elogiou nesta quarta-feira, 10, o inglês do seu homólogo liberiano, Joseph Boakai, levando a uma enxurrada de críticas o republicano. Afinal, a língua oficial da Libéria, na África Ocidental, é o inglês. O mal estar ocorreu enquanto Trump recebia líderes do Gabão, Guiné-Bissau, Libéria, Mauritânia e Senegal na Casa Branca para tratar de oportunidades comerciais.

“Que inglês bom, é lindo. Onde você aprendeu a falar tão bem?”, perguntou Trump. Em resposta, Boakai disse onde havia estudado na Libéria, recebendo mais elogios do republicano: “Isso é muito interessante. Tenho pessoas nesta mesa que não conseguem falar tão bem.”

A Libéria foi um país fundado pela Sociedade Americana de Colonização (ACS, na sigla em inglês) em 1822. A ideia era enviar escravizados africanos recém libertos para o país. A independência viria duas décadas mais tarde, em 1847. Mas os resquícios coloniais ficaram, resultando em o inglês ser a língua oficial liberiana, ainda que outros dialetos também façam parte da cultura local. A declaração de Trump gerou, então, indignação devido ao histórico imperialista americano.

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“Eu me senti insultado porque nosso país é um país de língua inglesa”, afirmou Archie Tamel Harris, um defensor da juventude liberiana, à emissora americana CNN. “Não vejo isso como um elogio quando ele faz essa pergunta. Acho que o presidente dos EUA e o povo ocidental ainda veem os africanos como pessoas de aldeias sem educação.”

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Sem ressentimentos

Um diplomata da Libéria, sob condição de anonimato, disse à CNN que o comentário de Trump foi “inapropriado” e “um pouco condescendente com um presidente africano de um país de língua inglesa”. Em contrapartida, a ministra das Relações Exteriores do país, Sara Beysolow Nyanti, alegou que “não houve ofensa” para Boakai que “muitas pessoas não entendem as fronteiras linguísticas ou a demografia linguística do continente africano”.

“O que o presidente Trump ouviu claramente foi a influência americana em nosso inglês na Libéria, e o presidente liberiano não se ofende com isso”, explicou Nyantti. “Sabemos que o inglês tem sotaques e formas diferentes, então, para nós, o fato de ele ter captado a entonação distinta que tem raízes no inglês americano foi como reconhecer uma versão familiar do inglês.”

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A vice-secretária de imprensa da Casa Branca, Anna Kelly, assegurou que foi um “elogio sincero” e desviou o foco para críticas ao governo anterior, afirmando que “os repórteres deveriam reconhecer que o presidente Trump já fez mais para restaurar a estabilidade global e elevar os países na África e ao redor do mundo do que Joe Biden fez em quatro anos”.

Não é a primeira vez, no entanto, que Trump decide dar pitacos no domínio da língua por uma liderança. Em junho, ele disse que o chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, tinha um “bom inglês” e questionou se era tão afiado quanto o seu alemão. Na ocasião, Merz riu e garantiu que tenta “entender quase tudo” e que se esforça “para falar o melhor” que consegue.

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