Trump ameaça retomar controle sobre o canal do Panamá: taxas ‘ridículas’
Em referência a China, também afirmou que o controle do empreendimento não deve cair em 'mãos erradas'

Em um post na rede social Truth Social, neste sábado, 21, o presidente eleito dos Estados Unidos Donald Trump ameaçou retomar o controle sobre o canal do Panamá. Ele criticou as taxas cobradas pelo país e disse que o empreendimento não deve cair em “mãos erradas.”
Segundo Trump, “as taxas cobradas pelo Panamá são ridículas, especialmente sabendo da generosidade extraordinária que foi concedida ao Panamá pelos EUA”. Ele afirmou ainda que “se os princípios, tanto morais quanto legais, deste gesto magnânimo de doação não forem seguidos, então exigiremos que o Canal do Panamá nos seja devolvido, integralmente e sem questionamentos. Aos Oficiais do Panamá, por favor, sejam guiados de acordo.”
A construção do canal foi finalizada pelos americanos em 1914, com o objetivo de facilitar o traslado de cargas entre os oceanos Atlântico e o Pacífico. Há 25 anos o controle do atalho foi completamente cedido para o Panamá, mas, entre os acordos envolvidos no pacto de cessão, o ex-presidente Jimmy Carter garantiu aos Estados Unidos o direito de defender a neutralidade do canal.
Hoje, os americanos são os principais usuários do atalho, responsáveis por cerca de três quartos de toda a carga transportada. Eles são seguidos pela China, os segundo maiores clientes, que geram preocupação do presidente eleito. De acordo com ele, o canal “não foi dado para o benefício de outros, mas apenas como um símbolo de cooperação entre nós e o Panamá” e não deve cair em “mãos erradas”.
Hoje, o canal não é controlado pelos chineses, mas uma empresa com sede em Hong Kong é responsável por dois dos cinco portões do atalho, um na entrada do Caribe e outro na entrada do Pacífico.
A mensagem reforça os objetivos do presidente eleito em exercer uma política diplomática rígida. Ela vem após sucessivas ameaças. Na mais recente, disse que talvez os canadenses queiram que o país se torne um estado americano. Antes, ele já havia prometido taxas agressivas contra o mesmo vizinho norte americano, além da China e dos integrantes dos Brics, caso os países do grupo econômico abrissem mão do dólar em suas negociações.