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Trump adota tom mais brando com a China em meio a negociações comerciais e possível cúpula com Xi

Afrouxamento de sanções, cancelamento de agendas com Taiwan e sinal verde a chips sensíveis estão entre os gestos conciliadores

Por Júlia Sofia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 30 jul 2025, 17h50 - Publicado em 30 jul 2025, 17h49

Em meio a novas rodadas de negociações comerciais com Pequim e diante da possibilidade de uma cúpula com Xi Jinping ainda neste ano, o governo do presidente Donald Trump vem adotando um tom mais brando com a China. Posição mais suavizadora acendeu alerta entre analistas, que veem nas recentes concessões um sinal de que o presidente estaria priorizando acordos comerciais em detrimento da segurança nacional.

Entre os gestos, estão o cancelamento de visitas oficiais de representantes de Taiwan aos Estados Unidos, a suspensão de novas restrições de exportação de tecnologias sensíveis para o mercado chinês e até o afrouxamento de linguagem usada em comunicados sobre sanções à Huawei — gigante chinesa das telecomunicações acusada de colaborar com o regime de Pequim em atividades de espionagem e que fabrica semicondutores de uso militar e em inteligência artificial.

Para críticos, republicanos e democratas, o presidente estaria cedendo em pontos-chave da segurança nacional em troca de ganhos comerciais. A lista de recuos inclui o veto à passagem da presidente de Taiwan, Lai Ching-te, por cidades americanas como Dallas e Nova York, durante viagem a aliados diplomáticos na América Latina. Nos bastidores, a visita foi retirada da agenda após pressão da Casa Branca. Em junho, uma reunião entre o ministro da Defesa taiwanês e autoridades do Pentágono também foi cancelada, a pedido do próprio Xi em conversa com Trump.

Outro ponto sensível foi a reversão de uma decisão, tomada em abril, que proibia a venda de chips de inteligência artificial da Nvidia à China. Sob forte lobby do setor empresarial, o governo liberou a exportação do chip H20, apesar das críticas de especialistas em segurança nacional, que alegam que a tecnologia pode ser usada para fins militares.

“Acreditamos que essa medida representa um erro estratégico que coloca em risco a vantagem econômica e militar dos Estados Unidos em inteligência artificial — uma área cada vez mais vista como decisiva na liderança global do século XXI”, disseram 20 especialistas em segurança nacional em uma carta enviada nesta segunda-feira pedindo ao Secretário de Comércio, Howard Lutnick, que revertesse o curso

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Em paralelo, a administração Trump estuda um novo pacote de ajuda militar a Taiwan, que segue travado na Casa Branca. A remessa foi enviada ao Departamento de Estado, mas ainda aguarda decisão final do presidente.

Nos últimos meses, os dois países também suspenderam, informalmente, a aplicação de novas sanções comerciais, após escalada tarifária em abril, quando Trump impôs aumento de 145% em produtos chineses — respondido por Pequim com restrições a minerais estratégicos.

Segundo analistas, o governo americano tem sinalizado disposição para negociar controle de exportações como barganha. “Isso estabelece um precedente perigoso e pode encorajar a China a exigir relaxamentos futuros como pré-condição para acordos comerciais”, disse Christopher Padilla, ex-subsecretário de Comércio dos EUA.

Em julho, Trump confirmou ter sido convidado por Xi para visitar a China, mas disse não estar buscando um encontro: “Só irei se for por convite dele. Caso contrário, não há interesse.”

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